quinta-feira, 19 de julho de 2018

SONETO Á FAMÍLIA

MARIA AMELIA LEAL (amelia.leal@aasp.org.br)

São Paulo
SP

POESIAS

SONETO Á FAMÍLIA



A FAMÍLIA é constituída
A estruturação da vida
Ora de forma tradicional
Ora de maneira informal!

A FAMÍLIA, bas e social
A raiz que é estrutura
Onde se volta afinal
A origem da criatura!

Órfãos sejam adotados
Nos lares, amparados,
Na vida, encaminhados!

A social compreensão,
Em favor da educação,
E importante, adoção! 

(Maria Amélia leal)

Salve 15 de maio
Dia Internacional da
Família  

MÃES

MARIA AMELIA LEAL (amelia.leal@aasp.org.br)

Sao Paulo
SP

 POESIAS

MÃES

 Mães pelo mundo inteiro
Mães pobres ou com dinheiro
Mães foragidas, sofridas
Mães sendo sacrificadas
Mães de lutas, jornadas
Mães dos filhos separadas
Mães acompanhando vidas
Mães dos filhos guaridas
Mães fora trabalhando
Mães orçamento ajudando
Mães sempre pensando
Mães seus filhos estudando
Mães em casa trabalhando
Mães se preocupando
Mães sempre batalhando
Mães escola participando
Mães adolescentes vigiando
Mães filhos aconselhando
Mães idade não importando
Mães de dedicação, coração
Mães em formato de adoção
Mães que são saudade
Mães na eternidade
Mães todas representadas
Mães abençoadas!

(Maria Amélia Leal)
Pelo dia 13.05.2018
Dia das Mães

SÚPLICA DO TRABALHADOR

SÚPLICA DO TRABALHADOR ( amelia.leal@aasp.org.br)

São Paulo
SP

POESIAS

SÚPLICA DO TRABALHADOR

Não haja triste fila:
Procura por emprego
Não haja aquela trilha
Da procura com medo!

Em todas as p rofissões
Hajam reconhecimentos
Às diversas aspirações
Realizem os pensamentos!

Os esforços dispendidos
Estudos, especializações
Sejam enfim reconhecidos,
Em forma de realizações!

O Dia do Trabalho, seja
Um Motivo de comemoração
E Nos semblantes se veja,
Tranquilidade, realização!

Abençoe o Trabalho, o suor
Olhai por todo trabalhador
Permita haja sempre labor
Iluminai as mentes, Senhor!

(Maria Amélia Leal)
Pelo 1º Dia de maio
Dia do Trabalhador.

1º DE ABRIL!

MARIA AMELIA LEAL ( amelia.leal@aasp.org.br)

São Paulo

 1º DE ABRIL!

 Não existe arrastão
Fofoca da oposição,
Nem a bala perdida
Invenção toda vida!

Não existe corrupção
Isso tudo é i nvenção
Honestos comandando,
Tudo bem funcionando!

Não existe a fome,
Fortuna ora é nome
Desemprego, piada,
Tristeza, que nada!

Não há desrespeito
Entre seres humanos
E de nenhum jeito,
Existem desenganos!

O sorriso de alegria
Vê-se em todo o dia
O sinal da vitória,
É marca, e é glória!

Da mentira o dia
Sonhar é verdade
Poder com alegria
Desejar felicidade!

(Maria Amélia Leal)
Em 1º de abril de 2018

Cem anos de Dadá

Leda Férrer (edaferrer@yahoo.com.br)

Taboão daSerra

ESTÓRIAS

Cem anos de Dadá


CEM ANOS DE DADÁ... 
Era primavera, vi uma velhinha andando devagar resmungando e com a ponta 
de sua bengala retirando as flore s amarelas de seu caminho. Passou por mim dando 
bom dia e ressaltou a necessidade de cortarem os ipês que sujavam tudo. Em vão 
falei da beleza deles. Ela balançou a cabeça negativamente e começou uma conversa 
como grandes amigas. Contou-me que tinha 99 anos e seus cabelos nunca haviam 
recebido tinta, os poucos fios brancos vieram após ter perdido uma filha acometida 
por um aneurisma cerebral aos 50 anos de idade e ficou pensativa, uma sombra de 
tristeza nevou seu olhar e embargou sua voz, depois continuou... 
- Sabe filha, já vi, ouvi e senti muitas coisas nesse mundo, o que era feio não é 
mais tão feio, o bonito também não é mais tão bonito, o errado virou certo e o certo 
ninguém liga. Nosso olhar muda, aquela flor é bonita na árvore, mas feia no chão. - 
E desfiando o rosário, continuou - Meu nome é Alda, mas me chamam de Dadá, vou 
fazer 100 anos, mas não sei se chego lá. 
- Nem parece que tem essa idade, ainda mais com esses ca belos pretos! 
- Nunca pintei, é verdade, acho que é porque nasci em fazenda e tomei leite 
de cabra. Tive cinco filhos e só um marido. Antes de me conhecer, ainda novo, 
Dionísio, meu marido, havia casado com Adélia, que o largou deixando apenas o 
quadro com o retrato dele virado para a parede. Mas seu grande amor foi Altamira, 
sua noiva. Como era rapaz fogoso, se envolvia com mulheres casadas e com as do 
cabaré. Um dia Altamira soube e jogou a aliança nele. Ele implorou seu perdão, mas 
Altamira não quis ouvir suas súplicas e com a decepção entrou para um convento em 
Pernambuco de onde não saiu mais. Dionísio ficou apenas com seu retrato. 
Meu pai morreu quando eu tinha cinco anos. Na adolescência eu sonhava em 
sair da fazenda e ir para a cidade ver o movimento, ter amigas, ir ao cinema e dançar. 
Fui e minha mãe me recomendou à suas irmãs e antes dela ter engravidado do último 
filho eu já estava sob o rigor e autoritarismo de mi nhas tias. 
Novamente a cortina de tristeza desceu sobre seus olhos com a lembrança e 
relatou que houve complicação no parto e a parteira só conseguiu salvar a criança e 
a mãe morreu. O sofrimento foi grande para Alda que nem pôde comparecer ao 
enterro de sua mãe. Os anos passaram, a dor virou saudade e continuou sob a 
vigilância implacável das duas tias solteironas, que não a deixavam namorar, e a 
sobrecarregavam com tarefas domésticas. Mesmo escondida começou um romance 
com seu primo Sergio, mas quando as tias descobriram foi um reboliço, a família 
impediu o namoro com veemência e ameaças. Combinaram de fugir e Sérgio a 
esperava no local escolhido, ela teve medo e não foi, deixou que ele partisse sozinho. 
Ambos nunca esqueceram aquele grande romance partido. 
- Dona Alda, gostaria de entrar para um café e um bolinho de fubá? - 
- Eu aceito. Entrando na casa continuava - Tive outros namorados, mas 
nenhum elas aprovavam e eu tinha Sergio no pensamento. Os anos passaram e 
conheci Dionísio, que por mim se encantou "moça de pele alva e olhos de esmeralda" 
ele dizia. Era inteligente, tinha uma coluna no jornal e escrevia poesias para mim. 
Tão belas palavras me encantavam. Mas homem desquitado e cuja mãe era negra, 
minha família jamais permitiria a união. Dionísio não se deu por vencido até que um 
dia fugimos, casamos na igreja e fomos morar com seus pais. Minha família após o 
escândalo, não falou comigo por muitos anos. 
-Tivemos nossa primeira filha e depois de três anos fomos morar em Maceió - 
AL onde tivemos mais quatro filhos desses só um menino. 
-Este bolo está muito gostoso, posso pegar mais um pedaço? 
Continuando seu relato como se eu tivesse todo o tempo do mundo, mas fiquei 
interessada no desfecho. Contou que ficou quinze anos bem casa da e ao nascer de 
sua última filha, Ediele, a auxiliar de enfermagem que veio cuidar da criança se 
envolveu com seu marido e quando Dadá soube, foi uma briga terrível, se magoaram 
muito. Daí foi a separação de corpos, permaneceram na mesma casa por causa dos 
filhos sem um falar com o outro. Ediele nunca os viram conversar. 
Em 1967 Vanusa, havia sido transferida pelo emprego para São Paulo, alugou 
casa e trouxe o resto da família, exceto seu pai, que não quis mas visitou os filhos em 
SP, quebrando o voto de silêncio com Dadá. Posteriormente sofreu um AVC o levando 
à morte aos 72 anos. 
- A dor mais profunda no meu coração foi a morte de Vanusa. Foi uma perda 
enorme. A família toda sofreu muito. Gostei muito de conversar com você Marina. 
Já no portão tive a chance de conhecer Ediele e Nara que procurava por ela. 
Alguns meses se passaram e não a vi mais. Poderia estar doente ou até morrido.
Um dia encontrei a Ediele no superm ercado com a Dadá na cadeira de rodas e 
perguntou para ela se lembrava de mim. Dona Alda deu um sorriso balançando a 
cabeça que sim, mas duvidei, sua memória danificada e seu corpo definhado. Mesmo 
assim suas filhas iam fazer uma festa de 100 anos, pois um século de vida não é para 
qualquer um. Fui convidada. A festa foi bonita, com toda a sua descendência e amigos 
(ou filhos de amigos). 
Após três meses Dadá faleceu no hospital nas mãos da filha Ana. Foi cremada 
e suas cinzas jogadas ao mar. Seus filhos, netos e bisnetos, relembram histórias da 
Sra. Alda, algumas muito engraçadas. Passou por tantas coisas e não se abateu, não 
teve depressão, não mandou recado, falou o que pensou, perdoou, pés no chão e 
sem deixar de sonhar... sem deixar de ter esperança... 

VIOLÊNCIA

MARIA AMELIA LEAL ( amelia.leal@aasp.org.br)

São Paulo




VIOLÊNCIA

Falar de violência
É política matéria
Discurso, veemência
Sobre essa miséria!

Planos são apresentados
Os fatos são discutid os
Os corpos são tombados,
Balas, trágicos zumbidos!

Sangue, no cartão postal
Violência,povo brasileiro
O nosso problema social
Exposto ao mundo inteiro!

Marielle Franco, vereadora,
Inúmeros anônimos, doutora
Há crianças, jovens, adultos
Policiais, famílias, lutos!

O tempo vai passando
Roda da vida girando
Administração planejando
E o povo triste chorando!

Seria falta de intelig~encia
Para se resolver a violência
Quiçá os interesses escusos,
Para se justificar os abusos!

sexta-feira, 16 de março de 2018

UM EXEMPLO DE SUPERAÇÃO E SUCESSO

João Gonçalves (jotagonpr@hotmail.com)

cidade: Curitiba
estado: 0
idade: De 61 a 70 anos
sexo: masculino

 UM EXEMPLO DE SUPERAÇÃO E SUCESSO

Matéria reproduzida no Livro O SEU SUCESSO NO EMPREGO SÓ DEPENDE DE VOCÊ, de João Gonçalves

Veja a seguir, a íntegra da matéria publ icada na revista "O PONTO", Edição 5, Ano 1, agosto/2006, sobre a trajetória de vida do autor deste livro que, mesmo não tendo tido a chance de estudar quando criança, mas, com muito esforço e dedicação, conseguiu superar todos os obstáculos e venceu na vida. 

Matéria: UM EXEMPLO DE SUPERAÇÃO E SUCESSO

TIRANDO AS PEDRAS DO CAMINHO 
O horizonte que enxergamos diante dos olhos é do tamanho dos nossos sonhos. Mas, para alcançá-los, não basta sonhar, é preciso conhecimento e muita força de vontade. Esta talvez seja a principal lição que o contador e gestor administrativo, João Gonçalves, vem ensinando desde que se aposentou e começou a preparar jovens para o mercado de trabalho. Embora traga na bagagem mais de 40 cursos e tenha ocupado importantes cargos em grandes organizações empresariais durante sua carreira profissional, essa sua convicção na capacidade que cada um tem de mudar a sua realidade não tem nada de teórico, mas se ampara na sua trajetória de supe ração e sucesso. 

Diante dos olhares inseguros e curiosos dos meninos e meninas que fazem o Curso Preparatório para o Primeiro Emprego, no Lions Clube de Palmeira, João lembra da sua infância e juventude marcada pela falta de oportunidade, mas transformada pelo sonho de aprender e pela dedicação ao trabalho. Filho de lavradores analfabetos, João só começa a estudar aos 13 anos, com a ajuda de um professor que morava perto da pequena propriedade da família. Após um dia inteiro de trabalho na lavoura, o menino fazia o caminho diferente dos 11 irmãos. João corria para a casa do mestre e ficava até tarde da noite aprendendo a ler e escrever e a efetuar as quatro operações básicas de matemática. João aprendia rápido e, em poucos meses, já tinha conseguido ler bons livros e as cartilhas que o professor Otacílio Camargo (nome que João lembra com certa devoção), lhe emprestava. "Será que estou sonhando?", pensava o jovem, cheio de alegria e orgulho por estar dando os primeiro s passos em direção ao horizonte que ele havia desenhado e que ficava mais amplo e mais perto a cada nova descoberta.

Trajetória:
Aos 18 anos, João vai para Curitiba, acompanhando a sua mãe doente de câncer, para uma temporada de tratamento na Capital. Sem dinheiro, o rapaz recorre a um albergue de amparo a pessoas carentes e decide procurar emprego, mesmo sem nunca ter trabalhado numa empresa. Apesar da falta de experiência, a sinceridade ajudou a conseguir uma vaga de agenciador de roupas numa lavanderia. "O que você sabe fazer?", pergunta o dono da lavanderia. "Nada! Mas o que o senhor me ensinar eu faço", respondeu João. E João aprendeu e fez, com tanta garra e dedicação, que conquistou a admiração e a confiança do chefe. Com o fim do tratamento da sua mãe, João teria que deixar o emprego e partir para sua terra. Casado e com uma filha recém-nascida, o rapaz não ganhava o suficiente para trazer a mulher e filha para morar em Curitiba. O chefe cedeu uma pequena casa onde a jovem família pudesse morar, até ter condições de pagar um aluguel.

A disposição para aprender coisas novas e a dedicação ao trabalho ajudaram João a dar grandes saltos na vida. Depois de algum tempo na lavanderia, ele é convidado para trabalhar numa empresa de turismo, onde ficaria até os 26 anos, tempo suficiente para terminar o Ensino Fundamental e acumular promoções e experiências para enfrentar um novo desafio: vencer na maior cidade do país. Em São Paulo, João vai morar com a mulher e filha num chamado "cômodo e cozinha", onde a família ficou por quase um ano. Quando chegou em São Paulo, logo no primeiro dia que saiu para procurar emprego, João recebe uma proposta para trabalhar numa administradora de imóveis e, mesmo sem ser formado, assume o cargo de encarregado contábil. Faltava concluir o Segundo Grau (hoje Ensino Médio) e, entusiasmado com a nova experiência profissional, João presta vestibulinho e ganha uma bolsa para estudar Contabilidade, nu m conceituado colégio mantido pela Associação Comercial de São Paulo. Começa uma nova fase na trajetória profissional de João.

Após concluir o curso, ele assume o posto de chefe de escritório numa empresa de Consultoria Empresarial. Em 1981, João entra para um grande grupo multinacional, com o desafio de organizar o setor administrativo de uma das empresas localizada no Nordeste. Missão cumprida, João é promovido para o cargo de Contador e, em seguida, para Gerente de Controladoria. Dez anos depois, com a queda das exportações, o grupo desativa a divisão de metais básicos, cuja administração estava sob a responsabilidade do João. Mas como ele era bem conceituado junto à Presidência do grupo empresarial em que trabalhava, foi indicado para o importante cargo de Controller num grande grupo madeireiro, onde ficaria até se aposentar, em 2002, quando, então, volta ao Paraná. 

Novos Sonhos
Durante todos esses anos, João ocupou cargos importantes, recebeu bons salá rios, fez dezenas de cursos profissionalizantes, iniciou a Faculdade de Administração de Empresas aos 30 anos e conquistou um bom padrão de vida. Mas ele nunca se esqueceu do professor, Otacílo Camargo, que abriu as portas do conhecimento para o menino da roça, nem tampouco do primeiro chefe, na lavanderia, que apoiou o rapaz inexperiente no início da sua jornada profissional. João ainda tinha algo importante a fazer, um sonho a realizar: qualificar e preparar jovens carentes para o mercado de trabalho.

João se especializou em treinamento e passou a ministrar cursos profissionalizantes na área administrativa. Em 2005, inicia, como voluntário, a implantação do Projeto Jovem Aprendiz (Cursos Preparatórios para o Primeiro Emprego), no Lions Clube de Palmeira - Paraná. O curso, dividido em três módulos: Marketing Pessoal, Rotinas de Escritório e Departamento de Pessoal, com duração de quatro meses, com três horas-aula por semana, e está na décima turma, com a entrega de m ais de cem certificados. São muitos os jovens, entre 16 e 22 anos, que vêm de uma origem humilde e adquirem os conhecimentos fundamentais - desde, como elaborar um currículo e como se comportar numa entrevista de emprego, até as principais rotinas de serviços em escritórios, para enfrentar o mercado de trabalho com mais confiança e competência.

No salão do prédio do Lions Clube de Palmeira, uma nova turma ouve atentamente as orientações do mestre "Eu vejo neles muito do jovem que fui, com muita esperança e vontade de vencer na vida", observa João, que também trabalha como educador numa escola de informática e na sua própria escola de treinamento, inaugurada recentemente em Campo Largo. Na tranquilidade da pequena chácara onde ele mora, em Porto Amazonas, João ainda encontra tempo para trabalhar na pesquisa e atualização do material didático que ele desenvolveu para os cursos e para transformar em livro os conhecimentos e experiências adquiridas nessa história de deter minação e sucesso - mais um sonho no horizonte que não pára de crescer. 

A matéria acima foi feita por Ricardo Staut, Editor-Chefe da Revista "O PONTO" e publicada em agosto de 2006.

João Gonçalves
(41)9-9822-7072
jotagonpr@hotmail.com

Narrativa de vida

HELIO DE AZAMBUJA RODRIGUES ( amhar@globo.com)

cidade: RIO DE JANEIRO
estado: RJ
idade: De 61 a 70 anos
sexo: masculino

 Narrativa de vida

Domingo, 04 de agosto de 1968, domingueira dançante, muito rock e twist no Botafogo, sede social no clube na Avenida Wenceslau Brás horário da tarde, local onde a se ia para dançar e paquerar as meninas.
Nosso grupo de rapazes e moças jovens e que moravam pelas imediações do clube, namoravam entre si, obedecendo os gêneros de cada um, frequentavam a praia ali na Princesa Isabel em Copacabana e faziam incursões pelo Carioca Esporte Clube na Rua Jardim Botânico. Tempo bom de bossa nova para as horas de paquera e muito twist para diversão.
Naquele dia, eu paquerador e cheio de meninas pretendentes, não dispensava ninguém, elas me namoravam e eu nem sabia. Surge no meio de um outro grupo uma menina linda de minissaia com um sorriso esplendoroso que mexeu com meu coração. Esqueci tudo, era como se a domingueira começasse agora. Duas covinhas brilhavam quando ela sorria e não era para mim, era para as pessoas que com ela conversavam. Fiquei petrificado, tinha que conhecê-la, precisava conversar com ela.
Deixei os amigos, misto de "bichos" legais, dispostos a namorar muito, mas também prontos para fazer uma boa briga contra grupos rivais e fazer terminar em pancadaria, que não traziam sequelas, apenas entoavam cantos de vitória e alguns arranhões sem consequência naquela domingueira, quando não havia emoção ou estava muito ruim sem possibilidade de grandes amassos.
E fui ao encontro dela, esperei uma música lenta, aquelas para rostinho colado que sempre rolavam em sequência de três canções e a chamei para dançar, ela olhou para o Manda Chuva do grupo, depois fiquei sabendo que era o irmão mais velho que vinha acompanhado da noiva para proteger e dar a família a certeza que elas, todas irmãs, voltariam incólume para casa.
E para minha surpresa, ao começar a dança, cheio de emoção e com um cuidado extremo para não a magoar, ganhei um beijo no rosto. Pronto, desmoronou meu coração, ali morria o último lobo mau. Cativo para sempre.
Fomos para varanda do salão, conversamos muito, fiquei sabendo que ela se chamava Marilene, era a caçula de nove filhos de Laura, aquele era o irmã o mais jovem e que se dispunha a trazer as meninas para a domingueira. Eles eram quatro rapazes e cinco moças e moravam em uma vila de casas na rua São Clemente.
Começamos a namorar com o consentimento do irmão, primeiro no Botafogo e depois frequentando a casa dela, já como amigo de todos, incluindo os namorados e namoradas. Era como um rubro negro entrando em festa de vascaíno. Tinha muito que sofrer com os irmãos dela para ganhar um espaço, sorte que o Flamengo estava bem naquele ano e pude me sair bem.
Ela tinha 15 anos completados em maio daquele ano e eu 20 anos que completaria em dezembro daquele mesmo ano. Nossa vida passou a ser só sonhos. Ela estudava a noite no catete, eu ia busca-la, trocávamos beijos e fazíamos planos. Voltei a estudar para poder alcança-la e terminado o ginasial, fomos juntos para o ensino médio estudar contabilidade na Candido Mendes. 
Com as dificuldades normais que as famílias de classe média baixa enfrentam, começamos a juntar plan os e renda para o casamento, ela costurava para uma importante boutique e eu era bancário.
E surgiu então uma data, descobrimos que no dia 04 de agosto de 1973, estaríamos completando cinco anos de namoro, fiz meu pedido de noivado na festa de Natal, reunindo minha mãe e irmã, ofereci as alianças e partir de então começamos a trabalhar na construção do nosso futuro.
Não posso dizer que tive sorte, posso afirmar que escolhi muito bem, uma mulher parceira, trabalhadeira, dedicada e sincera, disposta a construir um verdadeiro lar. Juntamos nossas poucas economias, ela ajudava em casa financeiramente, todos colaboravam na família gigante que possuíam e eu também ajudava minha mãe com o pouco de ganhava no banco, minha irmã cuidava de minha vó para que pudéssemos trabalhar e a vida precisava seguir seu curso.
Alugamos um apartamento em Copacabana, uma quitinete com um pouco mais de 40 m2. Fizemos uma sala linda para receber os amigos e colocamos a cama de casal em pé atr ás de uma cortina, tínhamos um sala e quarto improvisado mais de muito bom gosto. 
Os detalhes, trago na memória como um troféu dos tempos de quem iniciava a vida. Na parede a esquerda de quem adentrava, entre o banheiro e a janela, colocamos a cama comprada em uma loja na praia de Botafogo, presa na parede, ela ficava com 30 cm, ao lado dela criamos um espaço para sapateira, vassouras, enceradeira Arno, a tábua de passar roupa e outros guardados. Na oposta, a televisão Admiral de plástico, presente do padrinho Sr. Bené, Chefe de Serviço da Agencia onde eu trabalhava. Mesa redonda com cadeiras de palhinha para almoço, jantar e cartas com amigos. Um armário completava o ambiente com duas portas e quatro gavetas para nossas roupas e as bijuterias dela e uma estante com portas vermelhas, uma espécie de bar. No corredor de entrada, a máquina de costura comprada para efetuar os trabalhos exigidos pela boutique que mais tarde foi abandonada para que ela exercesse a função em um importante escritório como secretária e mais tarde Chefe de Cobrança, uma pequena geladeira GE vermelha em frente a cozinha, que você mal podia entrar mais que possuía um fogão muito pequeno em cima de uma pia. Ele possuía duas bocas de chama e um minúsculo forno.
Quando as pessoas perguntavam, onde ficava o quarto do casal, dizíamos atrás da cortina e aqueles mais curiosos se assustavam com a cama presa na parede em pé que podíamos baixar quando íamos dormir e cuja cabeceira era um pôster dela linda no dia do casamento. Tempo bom, de problemas, dificuldades, mais de muita felicidade. Como em Copacabana tinha seus problemas, falta de água era um deles, colocamos uma caixa d'agua para que não faltasse a noite quando chegando do trabalho precisávamos tomar banho, lavar a roupa e tudo mais.
Casamos então na data em que comemorávamos cinco anos namoro, acompanhados por muitos amigos e torcedores por nossa felicidade. Um deles trouxe uma pequena bateria de bloco carnavales co e saímos da Igreja São José da Lagoa sambando e fazendo um verdadeiro carnaval em pleno mês de agosto. Entramos na vila em que minha agora esposa morava, ela de porta bandeira eu de mestre sala, acompanhados por verdadeiro séquito desfilamos com um cabo de vassoura da entrada da vila até a casa onde realizamos a festa de casamento.
Em nossa lua de mel, ela me mostrou uma camisola transparente que guarda até hoje como uma joia, e curtimos. O passeio não poderia ser em outro lugar que não fosse o Rio de Janeiro, o que tínhamos e o que não tínhamos estava na festa e muito mais no apartamento em que íamos viver.
Esquecemos os problemas e resolvemos curtir da forma que dava, passeamos pelo Maracanã, fomos ver jogos. Passeamos no Jardim Zoológico, visitamos Cristo Redentor e o Jardim Botânico, subimos o Pão de Açúcar (naquele dia sugar loaf).
Levávamos nossa felicidade para que o RIO visse, essa era a nossa proposta. A lua de mel como se conhece, viria um dia se Deus a ssim quisesse.
Para mostrar aos amigos, nossos passeios e os slides do casamento não tínhamos o espaço necessário e então com auxílio de um equipamento apoiado na janela, projetávamos na parede lisa do prédio em frente as fotos de nossa felicidade. Muita gente, mesmo sem querer participou das visitas que recebemos em nossa quitinete. 
Ela subiu na profissão, passou a ter um bom salário, nossa luta ficou mais amena, então aguardamos dois anos para ter nosso primeiro filho, depois mais dois para ter o segundo e mais três para ter a menina que eu queria dar o nome de Cecília, uma homenagem a personagem de José de Alencar por quem eu tinha um carinho especial, pois na infância em um colégio interno havia sido minha companheira e amiga.
Hoje estamos nos aposentando das ginasticas da vida e deixando aqueles sonhos para que outros também o façam, nossos sonhos hoje buscam a felicidade dos filhos, do neto e daqueles que virão. 
Agora ao completar 44 anos de casamento e 4 9 do mais puro amor, da mais pura amizade e companheirismo, quero expressar tudo que foi vivido através de letra e música que compus em ode a esse amor, podendo mostrar a ela e ao mundo a gratidão de uma vida plena de felicidade com os percalços que todos carregam mais que essa guerreira soube enfrentar.
NOME DA MÚSICA: "M" - em D - batida POP

Musa menina Marilene
Maná maravilhoso
Manhã manhosa
Minha metade mulher
Moça missão mãe
Mel meigo
Melhor mutação
Mesma mensagem
Maga mestra marfim
Manso manto
Maior morada
Motivo mundo marido
Motriz mudança maior
Misterioso mimo
Mar move montanhas
Musical murmurar
Modelar misto momento
Meu mármore 
Meio melado
Môca, moquinha.