quinta-feira, 5 de março de 2015

ASSALTO À MÃO DESARMADA - GERALDO EUSTÁQUIO RIBEIRO

(geraldo@tremnet.com.br)

cidade: BETIM
estado: MG
idade: De 61 a 70 anos
sexo: masculino

ASSALTO À MÃO DESARMADA

O que estou escrevendo neste momento não se aplica a todas as pessoas, porque graças a Deus existem muitas e belas exceções que enchem seus pais de orgulho e estes se sentem orgulhosos por terem gerado filhos maravilhosos.
Mas o que está me incomodando é ver o quanto esta geração que está indo embora está sendo explorada. Estou me referindo aos sobreviventes que estão acima dos quarenta anos e que bravamente resistem a tanta mudança tecnológica e de comportamento.
Quando jovens morávamos com nossas famílias, a maneira de nos comportamos era estabelecida pelos pais e praticamente quase todos éramos obrigados a trabalhar para ajudar no sustento da casa.
Hoje os filhos estão fazendo da casa dos seus pais um hotel de luxo ou uma creche que presta serviço voluntário. Pais, mães e avós estão cuidando dos filhos da irresponsabilidade ética e financeira de quem os gerou. Não é preciso ir muito longe para constatar isto, andem perto de uma creche e verão a quantidade de mulheres quarentonas levando e buscando seus netos.
Pais e mães agora são estranhos dentro do seu próprio lar.
Os filhos se escondem atrás de computadores e telefones de todos os tamanhos e com seus malditos fones de ouvido já não ouvem mais a voz de que os criou.
Alguns levam seus namorados ou namoradas para dentro do "seu" quarto e consequentemente pais e mães se transformam em meros porteiros e camareiras de motel. O grande absurdo é que alguns pais, principalmente os mais jovens acham este comportamento natural e dizem: os jovens de hoje são assim, "é melhor que seja em casa".
Há poucos dias um vizinho viajou para cuidar do pai que estava enfermo. Seu filho, ignorando a fase terminal do avô transformou a casa em uma boate e perturbou todos os vizinhos até altas horas da madrugada com músicas idiotas que somos obrigados a ouvir todos os dias nos automóveis que passam pelas ruas.
Filhos e filhas se enchem de piercings e tatuagens e se vestem como idiotas sem ao menos se dar ao trabalho de comunicar aos pais que agora eles terão que se acostumar com estas aberrações. Cada um quer ter o seu carro mesm o sem ter condição financeira para mantê-los saem pelas ruas fazendo pegas durante as madrugadas e com seu "som bombado" obrigam os mais velhos a ficarem ouvindo uma barulheira infernal que chamam de música.
O jovem de hoje está demorando mais para se casar, não querem perder a mordomia de ter tudo de graça e no tempo que quiser. Muitos se casam e continuam morando com os pais ou vão morar com os sogros. Outros depois da separação voltam para a casa dos pais e ainda levam os filhos a tiracolo para os mesmos cuidarem.
Hoje de cada dez aposentados, posso afirmar sem medo de errar que oito estão pagando a prestação de um maldito empréstimo consignado que foi efetuado para atender a necessidade financeira e até para manter o vicio de filhos e netos.
Sei que algumas pessoas ao lerem isso vão achar que sou apenas um velho retrógrado.
Talvez tenham razão
Mas eu prefiro ser ultrapassado e colocar o dedo na ferida do que ser mais um que tudo assiste e tudo ouve sem ach ar que não tem nada a ver com este problema simplesmente porque ainda não sentiu na pele este assalto à mão desarmada que estão sendo vitimas as pessoas que tiveram a coragem de envelhecer.
A minha preocupação maior é de como será a sobrevivência dos filhos desta geração que já perderam todos os valores de família e só pensam em baladas e drogas e ignoram completamente os sentimentos e sofrimentos daqueles que estão vendo seus filhos se perderem nas encruzilhadas da vida.

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