sábado, 7 de julho de 2012

Incêndio na Floresta - Paulo Miranda Sarmento

Paulo Miranda Sarmento (paulomsarmento25@gmail.com)

João Pessoa PB
idade: De 81 a 90 anos
sexo: masculino

Incêndio na Floresta


A seca e o calor excessivo apodera-se da mata e provoca a combustão espontânea. Acende-se o graveto humilde e despretensioso, que começa a queimar-se. Ao mesmo tempo, junto àquela pequena chama, folhas, galhos e restos de árvores caidas iniciam o fogaréu. Em sua inclemente marcha, conduz a rebelião das labaredas. Forma-se um grande incêndio na selva. O desespero e o terror fazem-se sentir naquele instante. Aves abandonam seus ninhos, em desespero, batendo suas asas, procurando outros caminhos, sem contudo conseguir salvar suas crias. Os animais do solo, inquientando-se, disparam em debandada. O caos está lançado. Uma torrente de brasas ameeaça a fauna. O homem, impotente para para evitar a desgraça, acompanha as outras criaturas, procurando fugir do inferno que se formou. Feras unem-se, esquecendo-se de seus prováveis inimigos, sentindo-se perdidos em idêntico desespero. De frondosos arbustos, batendo-se em retirada, descem vários seres, ora indo ao encontro da morte, ora escapando da tragédia. Ali, o mundo parece estar acabando. Tudo isto pode acontecer, por uma estranha fatalidade do destino. Entretanto, quando o próprio homem incendeia as florestas, não é, portanto, digno de pertencer a natureza que o criou. Torna-se cruel e desumano, fazendo um grande insulto a Deus. 

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