sábado, 21 de agosto de 2010

A dor do Amor - Muriel Elisa Távora Niess Pokk

Muriel Elisa Távora Niess Pokk (murielpokk@hotmail.com)



cidade: São Paulo

estado: SP

idade: De 61 a 70 anos

sexo: masculino

categoria: POESIAS

titulo: A dor do Amor




Conhecemos-nos numa sala de chat.

Como tantos outros casais.

Conversamos durante meses

através do messenger.

Numa tarde de sol

nos encontramos...

Finalmente,

nossas mãos se encontraram.

Ao passearmos pela praça

Eu tropecei, tu me seguraste

com teus braços fortes

e, aproveitando a ocasião,

tu me apertaste contra teu peito...

senti-me protegida.

Já num barzinho trocamos sorrisos

e confidências.

Dentro do carro demos

nosso primeiro beijo.

Durante anos fomos um par constante.

Houve tanto amor

e tanta ternura entre nós,

que achei que seríamos

"felizes para sempre".

Sem que eu soubesse porquê,

tudo se acabou...

Sem explicações saíste

da minha vida.

Quando sopra o vento forte

peço a ele que te pergunte:

Por que te foste?

Quando a ventania volta,

fico alerta,

espero tua resposta,

mas ela não vem.



Registrado em cartório

É DANDO QUE SE RECEBE! - Sebastião Antônio Baracho

Sebastião Antônio Baracho (conanbaracho@uol.com.br)




cidade: Coronel Fabriciano

estado: MG

idade: De 71 a 80 anos

sexo: masculino

categoria: OUTRAS

titulo: É DANDO QUE SE RECEBE!

texto: O Descuido e o Desinteresse têm se fecundado no meio da Sociedade hodierna, inclusive, nas famílias devidamente organizadas e, harmônicos entre os seus membros, pacíficos e respeitadores dos direitos e deveres de cada um e/ou, em conjunto.



A voragem trepidante dos momentos de labor tem aglutinado perduramente, todas as lembranças dos momentos de prazer e de lazer, bem como, dos relacionamentos familiares e, até amorosos, os deixando ao rés-do-chão dos nossos pensamentos de amizade e respeito mútuo entre nós.



Na maioria dos casos, quando nos encontramos no aconchego dos nossos lares, almejamos, tão somente, o descanso do físico, cuidando de ingerirmos bebidas alcoólicas, ver televisão, internet, futebol, jornais etc.,

Sem nos preocuparmos com os problemas dos demais ao nosso redor e/ou, pior! Sem nos interessarmos na procura de soluções de eventuais problemas Deles e, quando ficamos sabendo, simplesmente, ouvimos e comentamos, mas, não procuramos ajuda-los ou, assimilar o fato orientando para uma solução cabível!



Se, todo esse descaso, acontece nas famílias idôneas, imaginem, ao contrário, ou seja:

Problemas e, mais problemas, acontecendo em famílias desunidas e ignóbeis, por culpa dos seus componentes, pois, nenhuma Criança nasce má, o que as transforma em ruins, são os próprios seres débeis e imorais que a circundeia lhes dando o mau exemplo de vivência.



Se, os Seres Humanos, não encontrarem momentos diários para a convivência pacífica com os seus, os ajudando e, orientando o bom proceder, dentro de pouco tempo, seremos piores do que os selvagens sem didática e/ou, iguais aos marginais malfeitores, pois, o Mal é tentador e, mais fácil de ser copiado do que o Bem e seus deveres!



Falar é fácil, até os irracionais o faz, vou tentar Dizer dando exemplos que aprendi e, apreendi com os meus genitores, na minha infância na saudosa Diamantina, minha terra e dos meus pais, a saber:



> "Diga-me com quem andas que eu direi quem tu és!" Dessa forma, escolha para você e, os seus dependentes, amizades dignas, pois, os maléficos nada têm a os ensinar!



> "O alheio chora o dono!" assim, não fique com o que não é seu de direito, retendo-o, acabarás, no futuro, perdendo muito mais do que acolhestes.



> "Antes pau curto do que mãos vazias!" Se não conseguires a fortuna material, se contente com o que tens, sem ambição desmerecida.



> "Amigos não se perdem!" Caso estejas em dificuldades de amizades, não se preocupe, continue sendo leal e honesto, pois, os que eram seus amigos e, se afastaram de você, sem motivo justo é, por que, não eram seus amigos e, sim, interessados em algo seu!



> "Ninguém dá nada a alguém desinteressado de retorno!" Se você não merecer o recebimento do que lhe é ofertado como benesse, não o receba, pois, futuramente, terá que devolver com juros exorbitantes!



Vou parar por aqui, o assunto é vasto e, a passarela de papéis carentes para conte-lo, todavia, resumidamente, devo dizer-lhes o seguinte:



Cuidem com carinho dos seus filhos e dependentes, mesmo que não seja retribuído em afetos e considerações, pois:

Eles serão o futuro da humanidade, atualmente, à beira do caos! Só os bons exemplos e conselhos poderão modificá-los para o Bem deles e, de todos nós!

É o que penso e, procuro seguir!



A seguir, uma poesia minha e, inédita:



CAMINHOS PARALELOS



Nossos caminhos não cruzam

Por serem muito diferentes,

Enquanto sigo às estrelas

Tu?...Acompanhas o tridente!



Piso em espinhos,

Sofro estertores,

Sou carente de mimos

Vivo com poucos amores.



Tu pisas em rosa,

Dores? Tu não tens,

Carinhos te sobram,

Amores?...Também!



Minha vida é vida!

A tua é prazer!

A dor me anima,

A ti... Faz sofrer!



Os prazeres terrenos,

Acalanto de infelizes,

São cantos de meretrizes

Que te fazem... Acenos!

FELIZ DIAS DOS PAIS - Muriel Elisa Távora Niess Pokk

Muriel Elisa Távora Niess Pokk (mpokk@hotmail.com)



cidade: São Paulo

estado: SP

idade: De 61 a 70 anos

sexo: feminino

categoria: OUTRAS

titulo: FELIZ DIAS DOS PAIS

texto: Dia dos pais




Passado tanto tempo da minha infância, hoje, após ver tantos pais que existem por aí, lhe dou parabéns pelo grande pai que você foi.

Você conseguiu ser: Rígido... ainda lembro das cintadas recebidas; Carinho, sinto ainda seus beijos de boa noite; Amigo, conversávamos sobre qualquer assunto;

Companheiro, e que grande companheiro, quantos balões e pipas soltamos juntos.

Quantas e quantas vezes fizemos juntos cabaninhas no quintal.

Lembro daquela noite quente, que sem dar atenção aos protestos de mamãe,

você resolveu atender ao nosso pedido e acampamos novamente no nosso pequeno quintal.

Os cobertores estendidos sobre o varal, presos com os pregadores, formavam

uma cabana desengonçadas, mas confortável. Com grande algazarra, arrastamos os colchões e os arrumamos, ali no chão lado a lado.

Ainda o vejo deitando-se pertinho de mim.

Mesmo não havendo perigo algum, você não nos deixaria dormir ali sozinhos.

Lembro-me que de madrugada, um temporal desabou...

Molhados, mas rindo muito, recolhemos tudo às pressas.

Depois, fiquei ali olhando e ouvindo a bronca que mamãe lhe dava. Deu-me vontade

de ir ao seu encontro e o abraçar, mas fiquei ali parada, pensando: Ela não consegue compreender que ele só esta nos ajudando a realizar sonhos, porque sabe que no futuro, não poderá mais fazer isso.

Seus vícios eram fumar, ser honesto. E seu vício maior era trabalhar e trabalhar muito, trabalhar tanto, que chegou a ter na mesma época, três empregos.

Durante o dia trabalhava no comércio, à noite dava aula de inglês e nos finais de semana, lavava e consertava tapetes importados.

Você só não queria que faltasse nada dentro de casa, queria dar de tudo para seus 6 filhos.

Um dia você adoeceu.

Era noite de Natal, cansado da Terra, você resolveu ir para o céu, foi empinar pipa com o menino Jesus.

Tenho muito orgulho de você pai.

Onde quer que esteja, FELIZ DIA DOS PAIS.

Este texto é dirigido ao meu pai Gustavo Pedro Niess



Registrado em cartório

13.08.2006

Minha mãe, minha mestra - Muriel Elisa Távora Niess Pokk

Muriel Elisa Távora Niess Pokk (mpokk@hotmail.com)



cidade: São Paulo

estado: SP

idade: De 61 a 70 anos

sexo: feminino

categoria: OUTRAS


texto: Minha Mãe, minha Mestra



Minha mãe foi uma mulher que soube cuidar, aconselhar e fazer de seus filhos pessoas de bem.

Com ela aprendi a enfrentar a vida e não ter medo de nada.

No passado, por eu não gostar de estudar, mostrou-me o que é ter PERSISTÊNCIA... Arrastou-me literalmente para a escola do primeiro ao quarto ano primário.

Mostrou-me toda a intensidade de seu AMOR... obrigando-me a fazer durante anos, vários exercícios para que eu me curasse dos olhos (eu era estrábica).

Minha mãe mostrou-me o que é FÉ... Passou um dia e uma noite de joelhos ao lado da minha cama rezando para que eu não morresse.

Ela ensinou-me a ser ORGULHOSA... Ter orgulho das pequenas vitórias do dia-a-dia e também a ter o mesmo orgulho nas derrotas. Importavam as tentativas feitas. Sua frase preferida era: "Derrotado é aquele que nunca tentou, não aquele que não teve êxito em sua tentativa".

Ela me ensinou a ser VAIDOSA... Ter vaidade de ser simplesmente quem sou.

Ela foi ANJO PROTETOR... ensinou-me a dar os primeiros passos segurando-me pelas mãos.

Ela foi "MÁ"... deixo-me cair, mesmo sabendo que eu poderia me machucar, para que eu aprendesse que dói a queda.

Ela foi PROFESSORA... ensinou-me a levantar e caminhar, apesar da dor provocada pelos ferimentos da queda.

Ela foi DURA.... Ao contar-lhe que Rita tinha síndrome de Down, apenas falou: "Muriel, enxugue as lágrimas, vá para sua casa, você tem muito que fazer por sua filha!" Essas palavras foram à alavanca que me impulsionou a cuidar da minha filha como cuidei.

Ela foi CORAJOSA... mesmo sabendo que estava com câncer, nunca reclamou nem se revoltou.

Ela foi SINGELA... quis passar seus últimos momentos em minha casa, morreu docemente em meus braços.

Mãe, obrigada por tudo que você me ensinou. Se hoje a Rita é o que é, eu devo a você, eu sou a mãe que você fez de mim.

Muriel Elisa Távora Niess Pokk

Registrado em cartório

Lágrimas de Mãe - Lourdes Alves Batista

Lourdes Alves Batista (lb.evangelista@bol.com.br)



cidade: Foz do Iguaçu

estado: PR

idade: De 51 a 60 anos

sexo: feminino

categoria: POESIAS

titulo: Lágrimas de Mãe

texto: Deus o levou,tão pequeno,

deixando, grandes saudade,

Juro,meu filho,te encontro,

no reino da eternidade.



Sei que não esras do mundo,

pois eras anjo de Deus,

meu sofrimento é profundo,

saber, que não mais, és meu.



Que sentimento profundo,

que sofrimento cruel,

saber-te, de mim tão longe,

que amarga taça de fel.



O fim do teu sofrimento,

é a sequência, do meu,

porém, é a lei da vida,

é a vontade de Deus.

O TRANSE DOLOROSO DAS PROVAS! - Sebastião Antônio Baracho

Sebastião Antônio Baracho (conanbaracho@uol.com.br)



cidade: Coronel Fabriciano

estado: MG

idade: De 71 a 80 anos

sexo: masculino

categoria: OUTRAS

titulo: O TRANSE DOLOROSO DAS PROVAS!

texto: De tanto tomar conhecimento de absurdos e, crimes hediondos, envolvendo o Ser Humano, sob Leis falhas de punições equivalentes aos danos praticados e, Investigações e Perícias diversificadas, sem a devida elucidação exata dos eventos em estudo, bem como, com os Dirigentes apenas cumprindo os seus horários de trabalho sem orientar, fiscalizar e, reprimir os erros dos seus subordinados diretos, cheguei à conclusão, empírica, de que, a continuar como vem transcorrendo na sociedade moderna:

O Mal suplantará o Bem!



Com o mal proceder passando a ser um exemplo de prática para os malfeitores, sem punições equivalentes ao Mal praticado por Eles, os Idôneos acabarão sendo relegados a planos inferiores e, subjugados ao rés-do-chão, se não acontecer o Pior: Se aliarem aos malfeitores em prol de não serem perseguidos!



Sendo um Empírico consciente e, me baseando na observação e análise de tudo que me circundeia e/ou, chega ao meu conhecimento, ouso, apresentar a seguir, a minha observação analítica de fatos errôneos que tive e, tenho tomado conhecimento, a saber:



> Todo Criminoso tem um liame com os seus iguais e/ou, semelhantes, para a prática de crimes diversos.

Na Origem dos malfeitores tem, sempre, alguém que não é idôneo e, que tem comandamento sobre Ele, do qual, segue os maus exemplos e conselhos, desde a sua infância, pois, as crianças não nascem efetuando malefícios, esses, vem dos mais exemplos e conselhos de alguém.



> Os Chefes, normalmente, se formam em Universidades, todavia, ao em vez, de orientarem aos subordinados, fiscalizando o cumprimento exato do determinado, se limitam, apenas, a aceitar o atendimento sem verificar a sua honorabilidade e equivalência ao, por eles, determinado.



> As Confissões forçadas dos autuados, sem a análise correta, pode colocar no presídio um inocente e, pior! Deixar em liberdade o verdadeiro autor do crime em apuração.



> As Perícias efetuadas com falhas, podem absolver, ao em vez de condenarem o suspeito! É preciso que o Perito tenha a capacidade da análise observativa de tudo o que vier a examinar, sem se preocupar em absolver e/ou, condenar o suspeito!

Os Laudos Periciais têm que ter a essência primordial do entendimento do(s) Perito(s) e, nunca! Se desviar em direção combinatória com os depoimentos, ou declarações dos depoentes nos autos dos inquéritos ou, processos em tramitação.



> Os Policiais (Federais, Civis ou Militares) que procedem criminosamente, por certo e/ou, longo tempo, nas Corporações, a culpa, no meu modesto entender, é dos Chefes diretos, pois, se não notaram o mau proceder de quem está ao seu derredor, os punindo rigorosamente, não têm gabaritos para prenderem e, autuarem, aos demais criminosos além da sua área de controle e comandamento.



> Sou, completamente contra, às Prisões temporárias e/ou, preventivas de indiciados em quaisquer crimes, por entender que, embora, assim preso, só serão realmente Culpados quando condenados pela Justiça, após ampla defesa, a qual é tolhida com a sua prisão intermediária.



Vou parar por aqui, com receio de estar ferindo melindres, muito embora, para discordarem, tenham que vestir a carapuça e/ou, provarem que estou errado.



A seguir, uma poesia minha (inédita):



A VERDADE E A MENTIRA



Por caminhos tortuosos

A verdade se desgasta,

Por alamedas suntuosas

A mentira se alastra!

Gotejando, a verdade flui,

Em percalços de maldade,

Nesse ínterim, a mentira,

Jorra com intensidade!



A mentira é fiadora

De toda a falsidade,

Enquanto a verdade...

Sufoca-se na iniqüidade!

A mentira e a verdade

Mesclam-se pela vida,

A primeira é aceita,

A segunda... Esquecida!



Com o "exterior" mandando

No ego da humanidade vã,

A mentira, em combate...

Derrotará a verdade sã!

O egoísmo e o orgulho

Do ser humano atual

Faz da mentira um anjo

E, da verdade... Chacal!



A infâmia segue a mentira

Que vai aderindo à difamação.

A honra, pobre e esquecida,

Medra, com a verdade no chão!

Nem Jesus, o salvador!

Da mentira se escapou,

Sua verdade límpida...

Ao calvário o levou!



No paraíso da ventura

Não haverá miscigenação.

A verdade é água pura,

A mentira: vil dejeção!

PELA DIGNIDADE PROFISSIONAL! - Nelson Vitor Pereira

Nelson Vitor Pereira (nelsonvitorp@bol.com.br)



cidade: Campinas

estado: SP

idade: De 51 a 60 anos

sexo: masculino

categoria: MENSAGENS

titulo: PELA DIGNIDADE PROFISSIONAL!

texto:



O pessoal que milita na área de segurança e vigilância patrimonial se vê, não raras vezes, diante de situações controversas em que deve agir imediatamente, mas...



Este é um alerta para os riscos de se cometer injustiças ao serem colocados sob um mesmo foco pessoas de bem e bandidos!



À uma pergunta direta como:



"Quem tem maior facilidade para furtar ou roubar dentro de uma empresa, e o por quê?"



Qual seria a sua resposta?



FURTOS E ROUBOS DENTRO DE UMA EMPRESA?



De um modo geral, quando se pergunta quem seria capaz de cometer esses delitos numa empresa, muitas pessoas logo pensam naqueles que têm acesso, por força da função, à toda empresa. E, não raras vezes, presas a estereótipos, beiram à calúnia seus comentários subjetivos.



Aquele que rouba ou furta tem a propensão natural para perpetrar essas ações e, antes de ser um profissional, já é um bandido que, travestido numa determinada função faz uso de suas prerrogativas funcionais para maquinar seus intentos.



Portanto, não são os profissionais de segurança, de conservação, de vendas, de compras, de gerência, e muito menos aqueles que percebem salários baixos, ou aqueles que almejam melhorias pessoais e manifestam suas insatisfações, que serão os protagonistas de ações criminosas dentro de uma empresa; mas, sem sombra de dúvida, somente pessoas sem caráter serão capazes de furtar, roubar ou gerar danos ao patrimônio da empresa.



Da vassoura ao colarinho, todo profissional preza pela sua dignidade e valorização de sua atividade, e não é justo confundir a índole de um bandido com a de uma pessoa do bem, com base em análises inapropriadas eivadas de preconceitos.





http://www.youtube.com/watch?v=MzbKe0dBhbo



Artigo publicado no Recanto das Letras em 16/06/2009.

Autor: NELSON VITOR PEREIRA

Meninos de Rua - Berennice Maria dos santos camilo

Berennice Maria dos santos camilo (bere2427@hotmail.com)



estado: SP

idade: De 51 a 60 anos

sexo: feminino

categoria: POESIAS

titulo: Meninos de Rua



texto: Meninos de rua lamento o teu grande sofrimento,Vocês são muitos eu sei que vivem ai ao relento.Sem roupa e sem cobertor passando frio na rua, tua mãe nen sabe nada que sorte triste é essa tua. Anda pra cima e pra baixo a pedir pão e comida alguns um bocado dão e outros lhe negam o pão que triste droga de vida.

A HISTÓRIA DE ZÉ LEITOR - SALETE MARIA DA SILVA

SALETE MARIA DA SILVA (saletemaria@oi.com.br)


cidade: SALVADOR

estado: BA

idade: Até 50 anos

sexo: feminino

categoria: POESIAS

titulo: A HISTÓRIA DE ZÉ LEITOR

texto: Zé recebeu um convite

Que nunca foi feito antes

Pois era coisa de elite

Ou de jovens estudantes

Foi chamado a estudar

Escrever, ler e contar

Quanta coisa interessante!



Ficou meio pensativo

E disse para a mulher:

"Inté hoje eu sobrevivo

Sem sabê lê um papé

Agora nessa idade

Num tenho capacidade

Vou andar de marcha à ré?"



"Já não tenho condição

De aprendê o bê-a-bá

Tenho preocupação

Vivo só pra trabaiá

Agora esta invenção

Estudá, fazer lição

Para mim isto não dá"



A mulher disse: "José

Tu tá com medo de quê?

Sempre foi home de fé

Vai agora esmorecê?

Ta rejeitando a escola?

É direito e não esmola

Conforme ouvi dizê"



"Além do mais hoje em dia

Ninguém mais fica de lado

Aqui pela cercania

Tá todo mundo letrado

Home, muié e minino

Só tu não tá assitindo

O Brasil Alfabetizado"



"O povo qué estudá

Vai atrás e se concentra

Não dá pra desanimá

Na vida tudo se enfrenta

O passado já passou

O presente começou

O futuro a gente inventa"



"É mermo, tu tem razão

-disse José, de repente-

Num vou pagá um tostão

Isto me deixa contente

Vou apanhá um caderno

O mais bonito e moderno

E vou me dá de presente"



"Vou estudá, tá na hora

Vou tentá aprendê lê

Se eu nunca fui à escola

Não foi falta de querê

Desde cedo trabaiando

Meu velho pai ajudando

Levei a vida a sofrê"



"Assim como eu, milhares

Por este Brasil afora

Basta olhá nos olhares

Ninguém mais nos ignora

Eu vou sim, tô na peleja

Nada nos vem de bandeja

É chegada a minha hora"



"Vou tirá o atrasado

Nunca é tarde pra aprendê

Criança fui pro roçado

Hoje não sei escrevê

Mas sei que posso tentá

É tempo de avançá

Chega de teretetê"



A mulher disse: "Você

Já tá falando bonito

Mesmo não sabendo lê

Nada do que tá escrito

Já mostra que tem futuro

Vejo que está seguro

E em você acredito"



"Sei que é um dereito seu

Ter acesso aos estudo

Do tanto que tu viveu

O mundo mudou em tudo

Vá, José, vá estudá

Você só tem a ganhá

Já é um homem sortudo"





"Eu mermo sei lê um tico

Sei fazê um bilhetinho

As vezes até medito

E sonho mais um pouquinho

Se eu voltá a estudá

De tudo vou me alembrá

E progrido ligeirinho"



Zé ouvindo aquilo tudo

De pressa se decidiu

Deixou o olhar sisudo

O coração consentiu:

"Não custa nada tentá

E é tão bom estudá"

Pegou as coisas e saiu



Então foi ele à escola

Cheio de ansiedade

Levava numa sacola

Sonho e realidade

Chegou na sala e entrou

A professora falou:

"Nossa, que felicidade!"



"Seja bem vindo, amigo

Aproveite este momento

Esta escola é um abrigo

Tome logo seu assento

Aqui todo mundo ensina

Cada um é uma mina

Carregada de talento"



Cada um sabe um pouco

Da vida que tá lá fora

Antônio hoje está rouco

De gritar que vende amora

Maria, que é cozinheira

Hoje viu João na feira

Pertinho de onde ela mora"



"Maria Lúcia é avó

Joaquina se aposentou

Eduarda é o xodó

Porque nunca se casou

Socorro é rezadeira

Luís vai à gafieira

E Joana luta judô"



"São todos gente madura

Autoridades no lar

Ninguém aqui tem frescura

Todos querem estudar

Falamos do dia-a-dia

Um pouco da carestia

E de tudo quanto há"



José logo foi gostando

Daquele novo ambiente

Foi logo se enturmando

Achando o povo decente

Olhou em volta e sorriu

À vontade se sentiu

Pois "gente gosta é de gente"





Pegou papel e caneta

Ouviu a explicação

Lembrou da velha marreta

E do surrado macacão

As letras se embaralhavam

Parece até que mangavam

De sua concentração



Espremendo bem a vista

Ouviu tudo direitinho

No quadro tinha uma lista

De nomes bem bonitinho

A professora feliz

Usava um taco de giz

E falava bem mansinho



Tinha um "a" de avião

Um "e" de escadaria

Um "i" de informação

Um "o" de ovo, havia

Um "u" de uva, também

E ele, como ninguém

Naquilo se envolvia



Todo dia ele estudava

Depois de ter trabalhado

A professora falava

E ele compenetrado

Tinha muita explicação

Depois vinha uma lição

Do que fora ensinado



Via os colegas dizerem

Que queriam se formar

Pra uma festa fazerem

E muita gente chamar

Ele até pensava nisso:

"Imagine o rebuliço

Que neste vai dá"



Chegava em casa cansado

Ligava a televisão

Porém ficava espantado

Com tanta complicação

Via que pouco entendia

Pois como ainda não lia

Tudo era confusão



Viu a novela, o jornal

Ouviu notícias do mundo

Mas ao trocar de canal

Adormeceu num segundo

Sonhou com uma caneta

Comandando este planeta

E um papel branco de fundo



"Vixe que coisa medonha

Uma caneta falante

Com uma cara risonha

E em tamanho gigante"

E a caneta dizia:

"Olá, José!" e sorria

E lhe dava um diamante



Sobressaltado acordou

Achando aquilo estranho

De um desenho lembrou

Da forma, cor e tamanho

Olhou para seu netinho

Beijou-o devagarinho

Saiu e foi tomar banho



Achou que aquele sonho

Tinha algo a lhe dizer

Mas era muito medonho

No jeito de aparecer

Pra que caneta e papel

Comandando uma babel

Como podia entender?



Foi trabalhar matutando

E à noite foi estudar

A professora falando

E ele só a pensar

Na caneta e no papel

Sobrevoando o céu

Querendo lhe seqüestrar



Nesta noite nada viu

Que pudesse entreter

Quando da sala saiu

Sem nada ali entender

A professora sentiu

Que ele nada ouviu

E foi sondar pra saber:



"O que há com o senhor

Que nada quis comentar

Parece que não gostou

Da aula, do ensinar"

Ele disse: "não senhora

Eu tava meio por fora

Nada tenho a me queixar"



Ela insistiu: "o senhor

Tava absorto, perdido

Eu lhe peço, por favor

Não se sinta preterido

Se estiver desgostoso

Ou quem sabe ansioso

Pode se abrir comigo"



"Não, senhora, Ave Maria

A aula é muito boa

Me desculpe eu não queria

Ofender sua pessoa

É que eu às vezes penso

Este mundão é imenso

E a vida da gente voa"



"Eu tô aqui nesta idade

Tentando aprendê lê

Pois na minha mocidade

Isto não podia sê

Vivia para o roçado

Ganhando pouco, empregado

Vivendo ao léu, a mercê"



"Por isso mesmo o senhor

Deve dar valor a vida

Se viveu, se batalhou

Se sofreu sua ferida

Deve lembrar o poeta

Que constrói a sua meta

Na palavra proferida"



Diga que "valeu a pena"

Pois tudo vale na vida

"Se a alma não é pequena"

Nela tudo tem guarida

Viva o daqui pra frente

Vale viver o presente

Desta vida comovida



Ele disse: "a senhora

Tá coberta de razão

O que disse só melhora

O meu velho coração

Vou, sim, aprendê a lê

E um dia hei de escrever

Um verso cheio de emoção"



"Com muito afinco e prazer

Meteu a fazer lição

Queria logo aprender

E abrir sua visão

Dizia a sua mulher

Agora eu boto fé

Que serei um cidadão"



No trabalho ele falava

Do mundo que descobria

O servente o olhava

E muito pouco entendia

Mexendo massa e cimento

Só via o mundo cinzento

Por que tanta euforia?



No caderno escrevia

O próprio nome: J-O-S-É

Em voz alta ele lia:

"Jota, ó, ésse e é"

Falava de sua história

Do que tinha na memória

Da vida como ela é



Assim fazia progresso

Mas as vezes se zangava

Quando pegava um impresso

E pouca coisa encontrava

Do mundo em que ele vivia

Pois toda coisa que lia

De outro mundo falava



Ficava desiludido

Com tanta dificuldade

Sentava meio abatido

Contava sua idade

"Já tenho sessenta anos

Eu nem posso fazê planos

De ir para faculdade"





Mas a mulher companheira

Que um pouco sabia ler

Dizia à sua maneira:

"Zé, não se deixe abatê

Tu lendo a tua vida

Melhorando tua lida

Já é bastante o crescê"



Zé ouvia aquilo tudo

E matutava, baixinho:

"Nunca vou tê um canudo

Sempre serei Zé Povinho

Esse negócio de lê

Contá, falá, escrevê

Não é bem o meu caminho"



Mas ao mesmo tempo via

Que muita coisa mudava

Quando ia a padaria

O troco ele contava

Fazia atenta sondagem

Lia toda embalagem

Daquilo que ali comprava



Ao tomar a condução

Ia no transporte certo

Ao receber um cartão

Já entendia correto

Uma ficha preenchia

Um jornal ele já lia

O mundo tava mais perto





Mas algo ele queria

E desejava fazer

Seria naquele dia

Não podia mais conter

Iria ele, afinal

Ao cartório eleitoral

Seu nome subscrever



Queria votar, então

E decidir seu destino

Ao apertar o botão

Não se sentir tão cretino

Queria ver o seu nome

Assinar seu sobrenome

Na folha de papel fino



E assim tudo se deu

Ele se sentiu completo

Vendo ali o nome seu

E não mais "analfabeto"

Que prazer ele sentia

Ate chorou nesse dia

Olhando do piso ao teto



Mas outro desejo tinha

E queria realizar

Faria uma cartinha

Pra seu amor declarar

Diria para Helena

Sua esposa: "Pequena,

não me canso de te amá"







Queria deixar escrito

O que nunca registrou

Num texto muito bonito

Falando só de amor

Queria dizer a ela

Igual se diz na novela:

Você é a minha flor!



Mas tinha aquela vergonha

Podia parecer tolo

Tem coisa que a gente sonha

E a vida passa o rolo

Um homem da sua idade

Falar de amor e saudade

Só tendo cara de bolo



Procurou a professora

E falou do Ceará

Da seca devastadora

Que ele já viu por lá

Disse que tinha um parente

Que gostava de repente

E lhe ensinou a gostar



Disse que nas cantorias

Dos cantadô de viola

Sempre tinha uma magia

Igualzinha a da escola

As palavra vinham vindo

E os verso iam saindo

La do fundo da cachola







Falou que ouviu cordel

Ser declamado na feira

Um poeta, um menestrel

Desses sem eira nem beira

Ensinava o povo lê

Sem grande esforço fazê

Somente na gemedeira



Disse que na sua terra

Tem verso para quem qué

E que lá tem uma serra

Por nome de Assaré

Onde um poeta roceiro

O maió dos brasileiro

Mal rabiscava um papé



O poeta Patativa

Que Deus o tenha no céu

Foi uma ave nativa

Para o país um troféu

Home de pouca leitura

Mas de palavra segura

Partiu envolto num véu



A professora propôs:

Que tal você recitar

Hoje, amanhã ou depois

Do poeta popular

Um verso bem empolgado

Pra lembrar do seu passado

E também do seu lugar?





Que tal você nos trazer

Um cordel para leitura

Para a gente conhecer

Esta augusta criatura:

Patativa do Assaré

Que o mundo sabe quem é

Cheio de força e candura



Zé ficou maravilhado

E disse: Eu trago, sim

Já estou emocionado

É importante pra mim

Lê algo que me encanta

Que minha alma levanta

Obrigado, meu Padim!



E assim foi que se deu

No final daquele ano

Zé, logo que amanheceu,

Já tava fazendo plano

Mas suas pernas tremiam

Os lábios estremeciam

Era grande o desengano



No trabalho mal falou

E o companheiro sentiu

Um aperto o sufocou

Sua voz ninguém ouviu

Tava nervoso, coitado

Não se achava preparado

Pra tarefa que assumiu



Chegando em casa de volta

Da construção que fazia

A mulher viu a revolta

Pois seu olhar não mentia

E disse: Ô meu José

Onde anda a tua fé

Que é tua garantia?



Tá nervoso, acabrunhado

Porque vai se apresentá

Teu terno tá engomado

Eu já vou me arrumá

Quero vê tu recitando

Lendo um verso e comentando

Etecetera e coisa e tá



O medo se agigantava

E José não quis comer

Toda noite ele jantava

Conversava como o quê

Mas nesta noite, tadinho

Mal bebeu um bucadinho

Do chá que mandou fazê



E então todos partiram

Para a comemoração

Os colegas consentiram

Na tal apresentação

José faria a leitura

Dum cordel da criatura

Mais famosa do sertão





Na platéia a lhe sorrir

A mulher e um vizinho

Também estava ali

O servente "Seu Toninho"

Os colegas orgulhosos

Todos muito atenciosos

Para ouvir o tal versinho



Zé foi chamado e aplaudido

Mas só Deus via a aflição

Ela tava tão perdido

Quase golfa o coração

Mas mesmo assim começou

Primeiro ele explicou

Quem foi Patativa, então



Disse que foi O Poeta

Mais sagrado do nordeste

Que sempre foi sua meta

Falar do cabra da peste

E que ficou conhecido

Por ser cantado e lido

Do litoral ao agreste



Sendo assim vou recitá

Um poema conhecido

Vaca Estrela e Boi Fubá

Foi gravado e foi ouvido

Um cantô do Ceará

Em sua voz fez soá

Em tom de pranto e gemido:





I

" Seu dotô, me dê licença

Pra minha história eu contá

Se hoje eu tou na terra estranha

E é bem triste o meu pená,

Mas já fui muito feliz

Vivendo no meu lugá

Eu tinha cavalo bom,

Gostava de campeá

E todo dia aboiava

Na portêra do currá

È ê ê ê Vaca Estrela

Ô ô ô ô Boi Fubá



II



Eu sou fio do Nordeste,

Não nego meu naturá

Mas uma seca medonha

Me tanjeu de lá pra cá

La eu tinha meu gadinho

Não é bom nem maginá

Minha bela Vaca Estrela

E o meu lindo Boi Fubá,

Quando era de tardezinha

Eu começava a aboiá

Ê ê ê ê Vaca Estrela,

Ô ô ô ô Boi Fubá

III

Aquela seca medonha

Fez tudo se trapaiá;

Não nasceu capim no campo

Para o gado sustentá,

O sertão esturricou

Fez os açude secá

Morreu minha Vaca Estrela

Se acabou meu Boi Fubá

Perdi tudo quanto tinha

Nunca mais pude aboiá

Ê ê ê ê Vaca Estrela

Ô ô ô ô Boi Fubá



IV

E hoje, nas terras do Su

Longe no torrão natá

Quando vejo em minha frente

Uma boiada passá

As água corre dos óio

Começo logo a chorá

Me lembro da Vaca Estrela

Me lembro do Boi Fubá;

Com sodade do Nordeste

Da vontade de aboiá

Ê ê ê ê Vaca Estrela

Ô ô ô ô Boi Fubá"



Todos então aplaudiram

A leitura emocionada

Muitos ali nunca ouviram

O som de uma toada

Ficaram muito tocados

Alguns choraram calados

Naquela noite encantada





A professora Luzia

Disse: Que bela leitura

Pois antes eu não sabia

Da sua desenvoltura

É bom a gente entender

E ver um leitor nascer

Ensinando outra cultura



Vejo que muito de vós

Se desencantam ao ler

Mas cabe sempre a nós

Procurar lhes conhecer

Pois é preciso criar

Formas de estimular

E o neoleitor envolver



Com um poema matuto

Zé mostrou que sabe ler

Ler a vida, ler o mundo

Ler um texto e escrever

Se reconhecer sujeito

Ler e ficar satisfeito

Por tudo ali entender



Escolhendo a leitura

Pelo autor e pelo tema

Mostrou de forma segura

Que aprecia um poema

Que fala do que lhe toca

E emoção lhe provoca

E faz a vida amena



Eis uma boa lição

Que Zé nos deu neste dia

Sua apresentação

Causa gosto e alegria

Estimula a prosseguir

A sonhar e evoluir

Com muita fé e magia



Zé, então, agradeceu

A condição de aprendiz

E tirou do bolso seu

Um pedacinho de giz

E disse: Quero escrevê

Para meus colega lê

O que meu coração diz



Do quadro se aproximou

E rabiscou devagar

A professora notou

Que ele estava a chorar

Uma frase desenhou

Dizendo: "Eu nada sou

Sem Helena a me amar"



Uma colega foi lendo

O que José escrevia

Helena se comovendo

Falar já não conseguia

Toninho, o companheiro

Decidiu-se bem ligeiro

Que também aprenderia



Falou para os presentes:

Eu farei como José

Estamos todos contentes

Vejo agora que da pé

Vou também aprender ler

Contar, falar, escrever

E amar minha mulher



Foi muito contagiante

O momento da leitura

A partir daquele instante

Surgia nova postura

Ficando ali declarado

Brasil Alfabetizado?

Pra todos literatura!



E assim se deu então

A história de Zé Leitor

Não foi contada em vão

Aqui fala o narrador

O nosso objetivo

É dizer que sem ter livro

Não vale o que se plantou



E livro de toda cor

Livro que fale de tudo

Não só livro de doutor

Nem só livro de estudo

Livro para relaxar

Para rir, para chorar

Para cego e para mudo



Que venha livro a mão-cheia

Que venha livro de esquema

Livros fartos para a ceia

Livro de reza e poema

Livro de gente modesta

De guerra, luto e festa

De romance e de cinema



Livro para estimular

A quem aprendeu a ler

Livro para conquistar

Quem não sabia escrever

Livro para abrir a mente

Que deixe a gente contente

E que se faça entender



Que ninguém deixe de ler

Porque não pode comprar

Que o povo possa viver

Literalmente a amar

A nossa literatura

Que representa a cultura

De todo canto que há



Assim então nós teremos

Um Brasil maravilhado

Pois todos nos já sabemos

Como se deu no passado

Poucos nesta terra liam

E quanto menos sabiam

Mas fácil eram enganados



Hoje com a educação

Para jovem e adulto

Não basta terem na mão

Um livro de grande vulto

É preciso estimular

O prazer de estudar

A partir do seu reduto



Aos poucos se vai sabendo

Que somos um universo

Quando se vai conhecendo

O valor que tem um verso

Pois na terra de José

Só se bota no papé

Aquilo em que tá imerso



Literatura em geral

Deve se patrocinar

Desde a cultura oral

Á mais moderna que há

Um blog de poesia

Pra se ler com alegria

Quando já se chegou lá



Por fim, que o Zé Leitor

Possa servir de esperança

E que cada professor

Equilibre na balança

Um pouco de seu saber

E do que pode aprender

Com velho, moço e criança



Que a escola do mundo

Mostre o seu conteúdo

Pois o saber mais profundo

Não se extrai só dum canudo

Que a leitura da vida

Possa ser a preferida

Tal qual num cinema mudo



Zé Leitor é ficção

Mas há na realidade

Abrindo o coração

Se vê José de verdade

Querendo ler um cordel

Ou rabiscando um papel

No campo ou na cidade



É só abrir a janela

E ver a realidade

Nem toda historia é novela

Nem todo choro é saudade

Nem todo texto se vende

Nem toda obra se entende

Nem todo velho é de idade



Nem todo Leitor é Zé

Nem toda obra é de arte

Nem todo pé tem chulé

Nem toda pausa é enfarte

Nem sempre o tempo é perdido

Nem todo escritor é lido

Nem tudo que trinca, parte



Nem sempre a educação

Corrigiu desigualdade

Nem toda proposição

Contempla a diversidade

Nem todo alfabetizado

Lê um texto emocionado

Com amor e sinceridade



Aqui fica o meu recado

Eu que adoro cordel

Se ficou interessado

Por este simples papel

Me manda uma carta, entao

Pois ninguém escreve em vão

Quando o limite é o céu!

O que o nosso corpo silencia - Daniela Martins Lima

Daniela Martins Lima (danimartlima@yahoo.com.br)



cidade: Patrocínio

estado: MG

idade: Até 50 anos

sexo: feminino

categoria: OUTRAS


texto: O que o nosso corpo silencia?



Na busca incessante de um crescimento político-econômico e solução para os diversos conflitos que marcam o individuo e a sociedade, o nosso corpo é que tem pago um alto preço.

Diante da velocidade com que as mudanças ocorrem, muitas vezes nos passam desapercebidas as verdades colocadas como universalmente válidas e as adotamos como hábitos, costumes, como se elas não tivessem origem ou memória.

Somos públicos de uma indústria cultural que torna tudo atraente e digerível. As nossas necessidades são iguais, bem como incitam o nosso comportamento em sociedade. E, para isso, simplificam os temas, esvaziam o significado e disfarçam os conflitos sociais. E o nosso corpo é comparado como objeto de produção e consumo, posse, por uma dominação que quase não se vê.

Acredito que a vigilância para estarmos dentro dos padrões de beleza, comportamento, disciplina, consumismo, agride o ser humano sobretudo porque esse tipo de agressão gera sentimentos de culpa, sofrimento e dor e interferem na subjetividade.

Afinal de contas, que corpo é esse que a sociedade procura moldar às suas necessidades e qual é o corpo que revela a verdadeira autonomia do indivíduo?

A ditadura da beleza estimula que o indivíduo fique nú, mas que seja magro, bonito e bronzeado. Seja insistente, obstinado para alcançar formas perfeitas. Que consuma em demasia, se acomode, não questione. Que a liberação da sexualidade e do corpo seja a verdadeira autonomia do indivíduo.

Mais que imposições, um olhar mais profundo, nos faz ver que o ser humano, corpo social, não tem sido considerado em sua dignidade e essência. Tem-se sacrificado princípios, evidenciando que, pessoas tem sido subestimadas e modelos suplantado o ser humano. Valores tem sido invertidos. A vida banalizada. Corpo e mente colocados em campos opostos. E ao mesmo tempo em que somos livres, somos também ameaça quando nos falta a crítica, a reflexão de como temos conduzido o nosso corpo para um viver bem, dotado de consciência do nosso papel social e agente transformador do meio em que vivemos.

Padrões não vão deixar de existir. Mas reflitamos o que é que o nosso corpo silencia. E que nessa voz que cala possa haver um gemido de dor, de fome, de exclusão, um grito de socorro para que tenha sua autonomia.

Lamentavelmente existe uma distância considerável entre o coerente e a realidade prática, no entanto, não deixe que silenciem o seu padrão mais precioso: a sua consciência.



Daniela Martins Lima. Educadora Física. Patrocínio/MG.

Duas importantes figuras: meu "vô" e meu "vô" - *Eneida Souza Cintra

Eneida Souza Cintra (eneidasouza@uol.com.br)



cidade: São Paulo

estado: SP

idade: De 61 a 70 anos

sexo: feminino

categoria: ESTÓRIAS

titulo: Duas importantes figuras: meu "vô" e meu "vô"

texto:

DUAS IMPORTANTES FIGURAS:

MEU VÔ E MEU VÔ




Sinto-me uma privilegiada: neta de duas pessoas especiais e ao mesmo tempo diametralmente opostas - ambos da mesma cidade do interior paulista.



Enquanto um deles esbanjava inteligência e distribuía conhecimento, o outro era todo carinho e dengo.



Enquanto um registrava suas idéias no jornal da cidade, o outro se atinha ao sabor da leitura.



Enquanto um, com sua sagacidade coloria seu pensamento com ironia e irreverência, o outro era cúmplice de sua própria vida com sincera intimidade.



Enquanto um deles "pulava" de cidade em cidade com mulher e filhos, o outro aprofundava raízes na terra onde nascera. O "pulador", irrequieto buscava experimentar sensações novas; o "assentado" necessitava de uma platéia para demonstrar seus dotes intelectuais conquistada no curso dos anos. Um satisfazia-se com as emoções vividas que surgiam pela exploração do desconhecido (troca de emprego, aventuras amorosas); o outro agarrava-se à rotina.



Enquanto a sisudez e seriedade acompanhava o semblante de um, o outro me ensinava a sorrir, a brincar, a amar. Eu tinha de um lado a frieza racional acompanhando um modelo de inteligência impecável, cultura exacerbada advinda de uma atitude autodidata e de outro lado, o calor extremado pois assim se colocava no mundo - bastava-lhe alimentar-se de afeto e doar ternura.



Revendo o quadro numa distância de 50 anos, sinto o quão forte foram estas referências para mim; permitiram que vivenciasse simbolicamente o binômio razão/emoção: pensar e sentir. Estas comparações levaram-me a crer ainda mais no dito da psicologia - o homem é muito mais emoção do que razão pois, enquanto meu vô materno era transparente permitindo-se ser natural e espontâneo, desejando e sendo desejável, o vô paterno com seu pseudo distanciamento, lidando aparentemente só com a razão como única fonte de vida, era movido pela vaidade que pertence ao campo emocional.



Sou privilegiada por terem sido fortes modelos durante o decorrer da minha vida cada qual a seu modo. Como somos em parte, fruto do ambiente externo, penso no quanto colaboraram para a minha formação. Causa-me tristeza ao saber o quão pouco a sociedade atual valoriza a velhice, o pouco espaço que têm dentro da própria família. O falecer, através do olhar médico muitas vezes significa soro, sangue, UTI, alimentação artificial, o prolongar de algumas horas e/ou dias. Até que ponto é benéfico? Não sei ... apenas reflito ... Meus vôs foram respeitados: morreram nas próprias camas, em suas casas; o mais racional, de acordo com a vida que escolheu para si, faleceu só; os ouvintes que o sustentavam não faziam parte de sua intimidade. O outro foi-se, rodeado das sementes que plantou: filhos e netos. Ambos puderam escolher.


Eneida Souza Cintra - Psicóloga

O "velho" como contador de histórias - * Eneida Souza Cintra

Eneida Souza Cintra (eneidasouza@uol.com.br)



cidade: São Paulo

estado: SP

idade: De 61 a 70 anos

sexo: feminino


titulo: O "velho" como contador de histórias


O "VELHO" COMO CONTADOR DE HISTÓRIA: UM BENEFÍCIO PARA TODOS.



* Eneida Souza Cintra





Embora querendo me dirigir à terceira idade, começo fazendo uma retrospectiva e um paralelo entre os atuais "sessentões" e o "trintões".



Existem verdades irrefutáveis:

- aos mais velhos: todos fomos bonitinhos, mocinhos, "durinhos", magrinhos.

- aos mais jovens: todos chegarão às rugas, à calvície ou ao cabelo branco.



Durante este processo, todos passamos do riso infantil à contestação da adolescência, enfrentando o famoso conflito de gerações. Ao atingirmos a fase adulta definimos com um pouco mais de clareza nossos valores buscando dirigir a vida com maior independência.



Ultrapassada estas fases, há o preparo para a vida prática. Nesta época, é comum já estarmos em companhia de alguém que, tendo feito um trajeto semelhante conseguiu seqüestrar sentimentos afetivos, surgindo o desejo do compartilhar, inerente ao ser humano tanto biologica como psicologicamente.



No entanto, embora todos tenhamos passado por estas etapas e outros ainda o farão, noto uma grande diferença entre estas duas gerações enquanto esforço para ultrapassar estas fases que devem ser sempre muito lembradas, até exaltadas pelos mais velhos: - as universidades em menor número exigiam do candidato dedicação plena: não havia férias, feriados e fins de semana - nem todos conseguiam atingir o patamar desejado; assim, a luta pela sobrevivência começava mais cedo: antes dos dezoito anos já se trabalhava como estafeta, vendedor, optava-se pelo funcionalismo público para ser " escriturário", pequeno comerciante, etc. Absolutamente não quero dizer que tenham desaparecido estas funções; quero dizer apenas que as opções da época estavam mais voltadas a este perfil quando viam inviabilidade de uma formação acadêmmica. Não havia a possibilidade de " esticar" a adolescência.



Com todo este preâmbulo, o que quero dizer é que a responsabilidade sobre a própria vida, a busca para sair do ovo materno, a luta pela independência me parece ser mais pertinente à geração mais velha do que a atual pois não se tinha possibilidade de escolha: ou ingressava-se rapidinho no terceiro nível ou ia-se trabalhar para ajudar tanto a família como a si próprio constituindo novo núcleo.



Sobressaio isto porque não é incomum a tendência do mais velho olhar para trás e pensar naquilo que poderia ter feito e não naquilo que de fato produziu, fez, lutou. O fato de estar, algumas vezes aposentado, leva-o a viver e sentir apenas o presente ajuizando-se sem utilidade, rejeitando-se e sendo rejeitado por não mais produzir, constatação que oempurrando à um estado deprimido.



Não quero denegrir o jovem atual mas, gostaria de lembrar aos mais velhos o quanto se sobressaíram no decorrer da vida, o quanto se doaram para chegar ao sustento da família, o quanto valor existiu na luta, quantas passagens difíceis foram superadas, com que orgulho devem olhar para os descendentes sabendo-se colaboradores maiores desta juventude, mesmo estando os filhos entre aqueles que não tendo obtido o êxito esperado, mantém os pais como provedores.



Meu convite é para que todos pensem nas suas vitórias, nas suas origens, nas transformações que propiciaram na vida dos outros, na própria vida e a grande colaboração que fizeram junto à sociedade.



Colaborando com este quadro, a sociedade esquece que os benefícios que vivem no presente, deve-se ao passado construído por aqueles que estão com idade mais avançada. Ao invés de colherem informações, de exaltarem as construções feitas nos mais diversos setores e transformarem o " velho" numa escola de aprendizes, além de ignora-los,não é incomum imprimir-se um tom de menosprezo. A pouca valorização é injusta principalmente por ser regra da natureza a passagem por todas estas etapas.



Não querendo absolutamente denegrir o trabalho de historiadores (pelo contrário, exalto-os), é muito interessante ouvir as experiências vividas, é muito rico tomar conhecimento através de depoimentos de quem viveu a história com os detalhes que envolvia família, preocupações, atitudes tomadas, mudanças que precisaram acontecer mediante algum fato significativo (política, revoluções, o aparecimento da tecnologia, as transformações de hábitos sociais, etc). Poderíamos dizer que o que estudamos nos livros seriam completados com o relato oral ou com um registro " caseiro" que vem, com certeza carregado de emoção.



Treinar o ouvido atentando às informações que o idoso tem a ofertar é, não só benefício para ele que se sentirá sustentado e apoiado como também fonte riquíssima de aprendizagem podendo-se fazer paralelos entre o hoje e o ontem.



Se faz necessário enaltecer-se em relação aos anos que ultrapassaram, relembrar com satisfação do que fizeram, imprimir alegria nas conquistas, olhar o que passou carregado de satisfação.



Façamos do "velho" um grande contador de histórias! Todos teremos muito a ganhar!

Ao idoso, minha deferência - Eneida Souza Cintra

Eneida Souza Cintra (eneidasouza@uol.com.br)



cidade: São Paulo

estado: SP

idade: De 61 a 70 anos

sexo: feminino

categoria: OUTRAS


Ao idoso, minha deferência!!



* Eneida Souza Cintra



Deferência não só pelo que foi, pelo que constatou, como pelo que é.

Deferência pela construção histórica que lhe faz personagem.

Deferência pelas vidas que semeou, pelas marcas que deixou, pela cultura absorvida e devolvida para aqueles que com eles conviveram.

Deferência pela privilégio que apenas alguns têm de conviver com um idoso.



Temos: verdadeiros arquivos vivos precisando ser resgatados e.......desprezamos.

Temos: relatos vivos de episódios históricos vividos e ...........desconsideramos.

Temos: uma sabedoria de vida querendo ser passada e .........desvalorizamos.



Constato que o desprezo pela experiência, que o desprezo pela história de cada um, esquecendo-se de vê-los como fragmento extremamente importante para a construção da cultura, está sendo imprimido nos nossos valores morais.



Valoriza-se:

- a ansiedade que, antes de levar ao stress, desperta um comportamento competitivo, extremamente ágil - aprovado pelo atual modus vivendi

- o descartável porque vai rapidamente desocupar o lugar para outra conquista gerando alta rotatividade - aprovado pela política de consumo.

- o poder do mais forte, daquele que tem mais, daquele que ganha - aprovado pela sociedade capitalista.



Isto posto enquanto crença pessoal, trabalho sobre a possibilidade deste indivíduo se colocar novamente na sociedade como forte colaborador. Opto por esta postura tendo em vista enxergá-la como mais saudável no lugar da tentativa inocente de fazer os mais jovens modificarem suas crenças. Primeiro há que se fazer presente; a valorização virá como conseqüência.

Pássaro ferido - Daniela Martins Lima

Daniela Martins Lima (danimartlima@yahoo.com.br)



cidade: Patrocínio

estado: MG

idade: Até 50 anos

sexo: feminino

Pássaro ferido

texto: Da gaiola contemplava o céu

As flores no jardim

Os frutos frescos nas árvores

E a água que corria solta

Cantava ao som da regente natureza

No coral dos pássaros presos

No tenor dos assombrantes medos

No baixo da escaldante solidão

No contralto das sequentes quedas

No soprano dos vazios assovios

Cantava ao som dos aplausos da multidão

No palco das dores grades

No cenário de sol

No figurino de praxe

No monólogo das dores graves

Da gaiola contemplava e era livre

Via o céu

As flores no jardim

Os frutos frescos nas árvores

E a água que corria solta

Um dia tive calor e vi o céu

Tive fome e vi os frutos

Tive sede e vi a água

E de tanto me esforçar

Tornei-me um pássaro ferido

E do canto restou um gemido

Dos aplausos um silêncio aviso

De que na multidão não havia amigo

Estava preso, com medo, na solidão, depois das sequentes quedas e assovios vazios

O coral se desfez e no monólogo das dores

O palco se encheu de cores

E num cenário de luz

Me abriu a porta Jesus

Mudou meu figurino

Passei de pássaro ferido

A ser livre sem perigo

No coração de Deus.

Amado meu - Daniela Martins Lima

Daniela Martins Lima (danimartlima@yahoo.com.br)



cidade: Patrocínio

estado: MG

idade: Até 50 anos

sexo: feminino

categoria: POESIAS

titulo: Amado meu

Tudo o que eu queria era te amar



Você surgiu e não pude me conter



Parecia uma criança entre risos e lágrimas



O doce mais doce que o mel



Puro e cristalino



Sabia que um dia ia chegar prá me visitar



Mas não consegui que ficasse tão perto de mim



Não te conhecia direito



mas gostei da sua mansa companhia



Assim quando voltou tudo passou a ser mais alegre



E já não sabia o que era sonho ou realidade



Não entendia mas já te amava



Tinha saudades na lida do dia



Mas logo cantava o amor



que dentro de mim por ti gritava



Passou a ser o único e melhor de todos os amores



O mais fiel a quem mais dedicava



Não é que contigo não chorei nem sofri



Por ti de muitas coisas até desisti



Mas sabe por que?



Só por te amar



O teu amor é incomparável



Me fez a mais amada



A mais respeitada



E a mais protegida



Nunca ninguém fez tanto por mim



Chegou sem pedir nada



Não me apontou, não julgou, me esperou



E se entregou por mim



Como criança não viu em mim o que sou



Me amou, exaltou, glorificou



E por me amar se entregou



Pagou o preço, se sacrificou



Ele vive fazendo de tudo prá me agradar



E eu, eu só sei te amar



Eu vivo prá te amar



Tu és o meu caminho, a minha verdade e a minha vida



Te amo JESUS.

Eis-me aqui - Daniela Martins Lima

Daniela Martins Lima (danimartlima@yahoo.com.br)




cidade: Patrocínio

estado: MG

idade: Até 50 anos

sexo: feminino

categoria: POESIAS

titulo: Eis-me aqui

texto: Sei que estás aqui ó Altíssimo

Não saberia como explicar

A razão de tanto procurar

A não ser no teu olhar

Rasguei minhas vestes

Serrei meus lábios

E pude contemplar

A mais perfeita forma de amar

Lembrei-me de TI

E só pude me entregar

Porque não há outra razão prá sonhar

Senão o de Te amar

Eis-me aqui

Amado meu

Resplandescência da manhã

Luz do mundo

Pão da vida

Alimento meu

Sacia-me até encher-me

Sara-me, renova-me

Me leva em teus braços

Sonho meu

Gesto de amor

Me abraça e me sustenta

Em tuas forte mãos

Eis-me aqui JESUS.

Daniela Martins Lima. Educadora Física/Gerontologia. Patrocínio/MG

Amar - EleonoraE.H.M.Mascolo

EleonoraE.H.M.Mascolo (lelemascolo@ig.com.br)



cidade: Canoas

estado: RS

idade: De 61 a 70 anos

sexo: feminino

categoria: MENSAGENS

titulo: Amar

texto: Amar significa amar o que édifícil de ser amado,do contrário não será virtude alguma;perdoarsignifica perdoar o inperdoável,do contrário não será virtude alguma;fé significa

crer no inacreditável,do contrário não

será virtude.E esperar significa esperar quando já não ha esperança,do contrário não será virtude alguma.





Gilbert K.C

Meu dia começa assim.. - Gloria Maria Moyses Orlando

Gloria Maria Moyses Orlando (gmary_57@yahoo.com.br)



cidade: Rio de Janeiro

estado: RJ

idade: De 51 a 60 anos

sexo: feminino

categoria: POESIAS

titulo: Meu dia começa assim..

texto: Meus pensamentos são tristes, nesse momento em que a vida se tornou sem sentido.

Gostaria de não estar assim, mas, não consigo andar e sorrir mais.

O tempo passou tão rápido, meus filhos cresceram, a casa parece tão vazia.

Meus pensamentos até onde vão?As vezes me pergunto porque fiquei assim?

Olho em volta a solidão me trás uma pontinha de depressão.

Preciso me levantar, olhar o sol, olhar as pessoas...Simplesmente viver.

Me olhar no espelho, e, descobrir, porque ,estou assim..

Parei no tempo, no espaço, as, vezes, nem sei que dia é o de ontem , nem o de hoje.

A falta de vontade me corroe, e, nessas frases tristes, não me consolo.

Quero continuar ,tem vida aqui dentro de mim.

Não quero desistir, ainda sou nova, mesmo que não enxergue, com meus olhos..

Alguem me falou que eu estou ótima, eu não acreditei.

Meus olhos , não sabem fingir, tento até disfarçar, mas, não adianta.

Me visto lindamente ,mas, parece que não dá para me ver linda.

Os dias vão passando, e meus dias , começam assim .

O frio invade minha alma triste, tento não sentir nada, nem tristeza nem alegria.

A música se faz presente em minha existência, me alegro danço, mas, quando tudo acaba, volto a me olhar mais uma vez....

Meu dia começa hoje assim...Amanhã..

Amanhã um outro dia nascerá...

Talvez esse poema se torne apenas esse momento, vivido,e o brilho das estrelas no céu de noitinha, me façam , sonhar outra vez.

Labuta infantil - Suely Aparecida Schraner

suely aparecida schraner (cgestorveerios@gmail.com)



cidade: são paulo

estado: SP

idade: De 51 a 60 anos

sexo: feminino

texto: Labuta infantil

Por: Suely Aparecida Schraner



Menininha na olaria

Seis aninhos na soalheira

Em cima do caminhão

Ajeitando a tijoleira

Adobe quente na mão

A vida uma trabalheira



Ajuda o pai e a mãe

Passa o dia veja só

Trabalho de gente grande

Tão cansada que faz dó

De noite depois da lida

A mão uma bolha só



Labuta tanto e então

O pai lhe fala bobeira

Diz que é bom pr′uma menina

Ser também a cozinheira

′Quero isso não, paizinho′

Prefiro mais ser oleira



Dorme e sonha que um dia

Virá a fada madrinha

Salva ela desta faina

Lhe traz uma bonequinha

Ri alto, brinca e acorda

Levanta e vai pra cozinha



De volta pra olaria

Vai pensando e vai contente

Sonha ser menina grande

Ser tratada como gente

Ver o dia de findar

As agruras do batente



12 Junho dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil

FUGA DA DENGUE E, DOS PERNILONGOS! - Sebastião Antônio Baracho

Sebastião Antônio Baracho (conanbaracho@uol.com.br)


cidade: Coronel Fabriciano-MG.

estado: MG

idade: De 71 a 80 anos


titulo: FUGA DA DENGUE E, DOS PERNILONGOS!

texto: De certo período para cá, temos sido incomodados, maleficamente, por vários insetos e mosquitos diversificados, nos causando infecções viróticas! Resultantes em febres, dores e lesões constantes e, além disso, nos prejudicando o sossego noturno com os seus zumbidos seqüentes (pernilongos).



Os Governantes têm tentado nos proteger com "fumacês" sobre as nossas propriedades e quintais que, diga-se de passagem, tem um odor horrível.



Para nos livrar das picadas dos pernilongos, cujos ruídos intermitentes, incomodam tanto quanto às suas picadas potentes, temos que nos isolar com cortinados transparentes que nos tolhem os movimentos, mas, somente diminui os ruídos Deles.



Não tendo muita escolaridade didática, sempre procurei atuar com base na minha capacidade empírica, me estribando na observação e, análise de tudo ao meu derredor, por isso, fiquei livre dos mosquitos transmissores da Dengue e, dos pernilongos, da seguinte forma:



Tenho, em minha residência, um quintal na frente, cheio de árvores frutíferas e orquídeas, ao lado esquerdo do quintal tenho um pequeno bar, que só abre nas primeiras horas da noite. Do lado direito tem uma igreja evangélica, onde às luzes, normalmente, ficam acesas durante grande parte da noite.

No quintal, tem algumas lagartixas que se alimentam dos insetos das plantas e, até de pedaços de queijos dados por mim.

Tem, também, muitos Pardais que ficam sobre as árvores e, beija-flores.



Nas minhas observações empíricas, reparei que, mesmo durante o período noturno, os Pardais ficam bicando nas telhas de amianto do bar, à procura de insetos e água das calhas, notando, igualmente, que, no Bar, tem muitos pernilongos e mosquitos da dengue, porém, em menor número do que no quintal, na minha casa residencial e, terraço.



Há us meses, passei a picar pedacinhos de pães velhos, os colocando em várias partes do meu quintal e, junto ao muro divisório com a igreja, com isso, os Pardais, atendo a assobios meus, proliferam no quintal sem nem se incomodarem com a minha presença. Dou a Eles dois pães pela manhã e, dois ao meio do dia.



Hoje, não tem um pernilongo e/ou, mosquito causador da dengue, em meu quintal e, na minha moradia, com Eles indo, apenas, ao barzinho aonde os Pardais e lagartixas não vão.



Aposentei o meu cortinado e, até os ventiladores que usava para mandar embora os mosquitos referidos.



A seguir, uma poesia de minha autoria, relativa ao texto acima:



DESEJO



EU QUERIA...



O campo verde,

A água abundante,

A mata imponente,

A mina na jusante.

Flor desabrochando

À beira do caminho,

A humanidade andando

Ao deleite do carinho!

EU QUERO...



A campina verdejante

Repleta de ninhos,

O bosque florindo,

E os passarinhos,

Flores flutuando

Na correnteza,

O homem estático

Com tanta beleza!



EU ESPERO...



A relva macia

Ao sabor do vento,

A floresta altiva

Sobre riacho lento.

Flores... Florindo!

No vergel passiva.

A humanidade sorrindo

Com bondade afetiva.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

COMUNIDADE PARADÍGMA! - Sebastião Antônio Baracho

Sebastião Antônio Baracho(conanbaracho@uol.com.br)



cidade: Coronel Fabriciano

estado: MG


titulo: COMUNIDADE PARADÍGMA!



texto: Se me fosse permitido criar uma Comunidade, com um número variável de Seres de ambos os sexos e idades diferenciadas um dos outros, com comportamento social aceitável como moderados e, com todos tendo o mesmo saber didático, estribado no Meu modesto entendimento empírico, todavia, com análise própria do meu entendimento, faria o seguinte:



> Escolheria uma área vasta, mesclada de planície, montanhas e, ribeiros com riachos intercalados, sendo afluente um dos outros.



> Construiria Moradias redondas para evitar as arestas e quinas, assim, todas as construções seriam arredondadas, inclusive, às dos animais domésticos.



> Todas as avenidas e ruas seriam de mãos únicas, com um só sentido direcional para a parte central e, vice-versa.



> Não haveria moradias de aluguel, portanto, cada residência só abrigaria uma família e, seus dependentes, na sua parte reservada para tal ocupação.



> Os Bares, Restaurantes e, análogos, só poderiam funcionar anexo à residência de moradia do proprietário, em uma subdivisão seccional da moradia.



> As Escolas e/ou, estabelecimentos didáticos. Igualmente teriam que funcionar na residência de moradia do diretor ou, na área da Prefeitura da comunidade.



> O Quartel da PM, Delegacia Policial civil, Cadeia e, Fórum, teria que se localizar na Residência do mais graduado governante (Oficial, Delegado, Juiz etc.) com, cada repartição, interligada em separado com a residência do chefe.



> Idem quanto a Bancos, Farmácias, Hospitais etc.



Nota: Na impossibilidade, às repartições públicas ficariam na área da Prefeitura da comunidade.

* O Responsável maior da Comunidade (Assemelhado a Prefeito) deveria ser eleito pela comunidade, todavia, sem eleição de Vereadores, pois, a atribuição Deles ficaria à cargo de todos os moradores, tendo o responsável à última palavra decisória.

Observação: O Responsável pela comunidade e, seus auxiliares administrativos, seriam pagos pela comunidade para efetuarem serviços necessários na região.



* Cada Proprietário seria responsável pela limpeza, calçamento etc. na frente da sua residência de moradia.



RESUMINDO: Nos moldes da explanação acima referenciada, o local de Habitação, Moradia e, Trabalho, seria um verdadeiro paraíso, pelos seguintes motivos:



- A Área é de fácil acesso com partes plana e montanhosas, riachos e ribeiros para cada um se regalar à vontade.



- As casas redondas evitam a queda imprevista do imóvel e, as colisões nas arestas.



- As artérias (Avenidas e ruas) de mão única evitariam muitos acidentes automobilísticos.



- Todos teriam uma moradia para si e, os seus dependentes.



- As moradias seriam acrescidas para o comércio etc. evitando, assim, despesas para a administração.



- Todos os moradores cuidariam do serviço de limpeza etc. desonerando a administração da coletividade.



- O Responsável só cuidaria da parte externa e, da administração interna, portanto, a Comunidade viveria no paraíso, circundada por tantas desonestidades e, absurdos que ocorrem, diuturnamente, ao seu derredor.



A Seguir, uma poesia de minha autoria (inédita);



DESEJO



EU QUERIA...



O campo verde,

A água abundante,

A mata imponente,

A mina na jusante.

Flor desabrochando

À beira do caminho,

A humanidade andando

Ao deleite do carinho!



EU QUERO...



A campina verdejante

Repleta de ninhos,

O bosque florindo,

E os passarinhos,

Flores flutuando

Na correnteza,

O homem estático

Com tanta beleza!



EU ESPERO...



A relva macia

Ao sabor do vento,

A floresta altiva

Sobre riacho lento.

Flores... Florindo!

No vergel passiva.

A humanidade sorrindo

Com bondade afetiva.