domingo, 27 de junho de 2010

A MIOPIA DA SOBRA! - Sebastião Antônio Baracho

Sebastião Antônio Baracho (conanbaracho@uol.com.br)



cidade: Coronel Fabriciano
estado: MG
idade: De 71 a 80 anos
sexo: masculino

A MIOPIA DA SOBRA!

O maior inimigo do Homem é o seu próprio semelhante que, muito embora seja (ou, análogo), abarca, só para Ele, todas as vantagens diversas que poderia dividir com os outros!



A divisão de algo de valia, monetária e/ou, não, nunca é feita em partes iguais, com o encarregado da partição sempre ficando com o maior quinhão! Às benesses, sempre, são consideradas como propriedade exclusiva do portador Delas, em desfavor do próximo.



O desgosto, mesclado de tristeza e mágoa, têm suplantado os momentos felizes da aspiração e, meta de quem, almejando vencer as dificuldades de momento para usufruto futuro, se vê desiludido pelos entreveros, lhes jogados em cima pelo seu companheiro de jornada, infame e... Ambicioso!



As dificuldades diversas, pelas quais, todos nós passamos, só variando de intensidade e seqüência, poderiam ser minimizadas e, mesmo, extinguidas! Se, cooperássemos uns com os outros de forma corriqueira, mas, desinteressada de benesses pelo auxílio prestado ao outro!



Todo o nosso desiderato é, sempre, ofuscado pela desilusão ocasionada pela maioria dos nossos semelhantes, em querer nos deslumbrarem, ofuscando, como Deles, às nossas intenções de vitória!



A continuar, como vem transcorrendo com a Humanidade, acabaremos, todos nós (Ricos e pobres, Patrões e empregados, Feios e lindos etc.) continuando como dependentes um dos outros, todavia, sem termos nada para dividir, pois, a nossa vida terrestre é de curta duração e, tudo que adquirirmos usurpando, ficará para usufruto de outros, inclusive, da vítima de tal apropriação indevida.



A relação de tais injustiças, vou apresentar, tão somente, algumas situações análogas, a saber:



> Dirigentes esportivos, Juízes etc., comprados a peso de ouro, para resultados de disputas, com isso e, por isso, afastam os pagantes, diminuição dos rivais a serem enfrentados etc.



> Clérigos, Pastores e, semelhantes, pregando a doutrina religiosa, porém, praticando pecados e crimes hediondos, resultando na diminuição dos fiéis e, assim, das rendas e dízimos.



> Policiais e semelhantes, cometendo crimes devassos, sem serem contidos e, punidos pelos seus superiores, resultando: Descrédito e, somatória de crimes por todos os lados.



> Leis inconseqüentes e tacanhas, sem atuação sobre todos que lhe desobedecerem, resultando em desonra pela parcialidade e, não cumprimento real Delas.



> Mendigos e Pedintes, com a fome os aniquilando a cada dia, transitando por longas distâncias com a barriga vazia, porém, nas casas pelas quais passam, muitas das vezes, a comida que sobra é jogada nas lixeiras, resultando em aumento dos famintos e, desperdício da sobra! Todos nós deveríamos saciar a fome dos pedintes sem nem ao menos procurar saber se estão, ou não, famintos, ou seja: Dar sem olhar a quem!



Vou parar por aqui, com receio de estar ferindo melindres, informando que, só ainda estamos vivendo regularmente, em razão da regra da exceção presente na coletividade, porém, a cada dia, Ela está se mesclando com os desinteressados em dividirem o que lhe sobra com os seus semelhantes.



A seguir, uma poesia de minha autoria:



A JORNADA



Perdido na noite impura

Sem itinerário definido,

Vagueia a rota criatura

Paria da vida... Desiludo!

Têm calçadas por passarela,

Latões de lixo como baliza.

Portais/camarotes, seqüela!

Pôr aplausos, apenas à brisa!



A cada esquina vencida

Arqueiam os seus ombros,

Os pés vacilam na subida

Ao fugir dos escombros.

Para ante o néon.... Absorto!

Igual uma mariposa vencida.

Nas casas, o máximo conforto,

Nele... Um arremedo de vida!



Encosta-se na parede quente,

Nádegas no piso úmido/gelado:

Sauna funesta e inclemente

A dizimar o âmago do coitado.

Somos de deus o retrato

Com reflexo... Positivo!

O homem, em voragem,

Faz do mísero... Negativo!



Sofre a carne do abandonado

Dilacerada na escada da vida,

Chegando ao patamar arrasado

Pêlos percalços da vã subida!



Porém, esgotada a natureza,

Da vil matéria lhe doada,

O espírito reluz com realeza

Liberto da casca da jornada.



O afortunado da matéria

Terá dívida... Acumulada,

Por dizimar a miséria

Sobre irmão de jornada!

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